A empresa responsável por gerir o estacionamento rotativo prestou esclarecimentos ontem à tarde. Problemas nos parquímetros, mudanças nas cobranças dos Avisos de Irregularidades (AIs) e a tentativa de interferência dos vereadores no serviço foram abordados pelo novo gestor da Stacione, Vander Eli da Silva.
A partir de 1o de fevereiro, a punição aos usuários que não pagarem a taxa de estacionamento será de R$ 20, dos quais 40% serão convertidos em crédito. Até o dia 31 deste mês, usuários que pagarem avisos vencidos, ainda no valor de R$ 15, terão 60% do pagamento transformados em crédito.
Conforme o gestor, o aumento no AI se justifica pela elevação nas tarifas, aprovadas em 2015.
“A hora passou de R$ 1,50 para R$ 2 e a punição não foi corrigida”, relata. Pelo contrato, o AI deve ser equivalente ao valor de dez horas de estacionamento.
Sem funcionar faz quase dois meses, os parquímetros instalados na cidade devem retomar as operações na segunda-feira, 18. De acordo com Silva, os aparelhos ficarão disponíveis 24 horas por dia durante um período de testes. “A ideia é facilitar a compra de créditos fora dos horários de cobrança.”
Segundo ele, os equipamentos não fazem parte das exigências do contrato e o investimento de mais de R$ 300 mil ocorreu para minimizar o descontentamento da população com a forma como as cobranças são realizadas. De acordo com Silva, cerca de 15 novos parquímetros serão instalados.
Lei não foi regulamentada
Silva criticou a lei sancionada pelo Legislativo que determina a conversão de todo o valor dos AIs em créditos de estacionamento. A proposta de autoria do vereador Carlos Ranzi (PMDB) não passou pelo Executivo. “Não houve decreto para regulamentar a lei ou aditivo no contrato para assumirmos essa bonificação.”
O gestor questiona a falta de diálogo dos vereadores com a empresa. Garante ter convidado diversas vezes os representantes do Legislativo para conversar. “Eles não vêm.”
Segundo ele, se o usuário não é punido, não tem por que pagar pelo serviço. “Assim, não sairá da vaga, impedindo a rotatividade. Sem rotatividade, podemos fechar as portas e ir embora”, alega.
Silva também criticou as denúncias do vereador Ildo Salvi (Rede) feitas ao Ministério Público. Diz que a empresa cumpre o contrato definido com o Executivo. “Vamos entregar ao MP os documentos para comprovar o cumprimento dos termos estabelecidos”, assegura. Conforme o gestor, o contrato estabelece a necessidade de manter um monitor para cada 35 vagas, representando um total de 37 trabalhadores para 1,3 mil vagas.
“Hoje temos 43 monitores simultaneamente”, atesta. Quanto às dificuldades relatadas por usuários sobre a disponibilidade dos profissionais, diz que a empresa sofre com problemas de faltas ou desistência por parte dos funcionários. Mais de 500 pessoas teriam sido contratadas ao longo dos últimos dois anos.
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Alteração na Pasqualini
O gestor também falou sobre os problemas de cobrança na avenida Senador Alberto Pasqualini. Segundo ele, a cobrança no local foi estabelecida sem um estudo prévio. “É uma área muito grande, movimentada e com pouca rotatividade, o que dificulta as operações.”
De acordo com Silva, um estudo em conjunto com a administração municipal determinará a melhor forma de cobrança no local. Enquanto isso não ocorre, a orientação aos monitores é de manter a cobrança, mas não emitir AIs, a não ser em casos de abuso.
Outras mudanças
De acordo com Silva, a companhia passou por alterações nos últimos dois meses, com o sócio majoritário comprando a totalidade da empresa. A administração municipal afirma não ter recebido notificação sobre a mudança.
Conforme o secretário de Governo, Auri Heisler, representantes da família Roso, de Marau, teriam assumido a propriedade total da companhia. “Ainda não recebemos essa informação formalmente”, ressalta. A família também é dona da Metalúrgica Metasa, na serra gaúcha.
O gestor da Stacione também anunciou o investimento em uma campanha informativa sobre as diferentes formas para efetuar a compra de créditos. “As pessoas estão acostumadas apenas com os monitores e os terminais de atendimento, mas temos a página da internet o aplicativo para celular e 52 pontos de venda no comércio”, reforça.
Também confirmou investimento de R$ 15mil na repintura dos meios-fios e vagas especiais e a criação de um portal de transparência. Segundo ele, até o fim do primeiro trimestre, a empresa disponibilizará na internet todas as informações relativas aos números das operações da Stacione.