Insetos se espalham e exigem cuidado

Vale do Taquari

Insetos se espalham e exigem cuidado

Calor e umidade favorecem proliferação de vetores como mosquitos, baratas e moscas

Insetos se espalham e exigem cuidado

Um problema recorrente nas estações quentes, a proliferação de insetos se torna mais acentuada neste verão. O pouco frio no inverno, associado ao calor e umidade das últimas semanas, resulta em maior número de vetores. Mosquitos borrachudos, baratas e moscas, em especial, geram transtornos e condicionam a propagação de doenças.

Proprietário de uma lancheria no bairro Canabarro, em Teutônia, Paulo Adriano Schmitt aponta para o grande número de baratas nas ruas. Para evitar problemas com o ingresso dos animais no estabelecimento, também passou a fazer a dedetização nas bocas de lobo da via além do controle realizado na propriedade.

“Ninguém vai querer saber se o inseto veio da rua ou se criou aqui”, aponta ao reclamar mais investimento do Executivo no controle. Schmitt gasta R$ 400 por semestre com dedetizações, valor que encareceu 25% a partir das aplicações na área externa.

Para dividir os custos e ampliar o controle das baratas na rua, o proprietário de uma farmácia próxima ao estabelecimento de Schmitt começou a contratar os mesmos serviços para aplicações nas bocas de lobo. “Praticamente conseguimos eliminar o número de insetos dessa forma.”

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Diversos municípios enfrentam situação semelhante. Em Santa Clara do Sul, baratas se procriam nas bocas de lobo da área central, como em frente à Igreja Matriz. Os insetos se espalham pelas imediações e acabam ingressando em imóveis, forçando moradores a dedetizar os ambientes. Exemplo disso ocorre em um edifício na av. 28 de Maio. O grande número de insetos no estacionamento motivou a síndica Graziele Schedler a aplicar inseticidas. Após isso, o problema foi controlado.

Em Mato Leitão, onde ocorrem problemas parecidos, vereadores solicitam à administração municipal uma campanha de controle específico para baratas, serviço ainda não prestado na cidade.

Controle deve ser conjunto

Coordenador de uma empresa especializada no controle de pragas de Lajeado e mestre em Tecnologia Ambiental, Eduardo Strohschoen ressalta que investimentos na área devem ser vistos como questão de saúde pública. “Os vetores transmitem uma série de doenças.”

De acordo com Strohschoen, as baratas encontradas nas cidades se dividem em duas espécies. Aquelas chamadas “baratas de esgoto” se procriam nas redes de esgoto e, nos períodos mais quentes, saem às ruas. “Se os municípios não investirem no controle, esses insetos continuarão entrando nas casas. Aquela aplicação feita pelos moradores vai ser paliativa.” Tal inseto vive entre 180 e 1.095 dias. Nesse período, cada fêmea pode gerar até 225 filhotes.

A outra espécie, chamada de “barata de cozinha”, é encontrada de forma mais frequente em ambientes internos onde a higienização é deficiente. Ambas sobrevivem de qualquer alimento e o controle deve ser periódico, pelo menos a cada 30 dias.

Proliferação na água

Outro problema desta época, os mosquitos borrachudos. De acordo com Strohschoen, o único controle eficaz ocorre pela eliminação das larvas, em arroios e córregos.
Segundo o biólogo da empresa, Jonas Bica, a larva permanece dez dias na água para se alimentar. “Então aproveitamos a época de alimentação para aplicar um controle biológico, no qual inserimos uma bactéria na água para ser consumida pelas larvas. Em seguida, o inseto morre.” O produto, inócuo ao ambiente, é chamado de BTI.
A empresa realiza tal controle em Mato Leitão, onde todos arroios e córregos foram mapeados. “O ideal é aplicar o produto a cada duas semanas e assim impedir o ciclo de reprodução dos mosquitos”, aponta o biólogo.

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