Preço do material escolar varia até 789%

Lajeado

Preço do material escolar varia até 789%

Produtos com marcas de personagens famosos custam até cinco vezes mais

Preço do material escolar varia até 789%
oktober-2024

A compra de material escolar é um dos principais componentes do orçamento familiar no início do ano. Após um 2015 difícil na economia brasileira, os consumidores aumentam a pesquisa diante de diferenças que podem chegar a até 789% nos preços.

Mãe de dois filhos, de 17 e 11 anos, a administradora Roseli Pinheiro mora em Fontoura Xavier, mas viajou a Lajeado para adquirir os produtos. Após pesquisar preços desde dezembro, percebeu que a economia com materiais mais baratos compensa a viagem de cerca de 80 quilômetros.

Além dos diferentes valores entre uma cidade e outra, Roseli também fica atenta à disparidade de preços entre produtos semelhantes. Aqueles com personagens de desenhos animados e filmes famosos podem ser até quatro vezes mais caros, mesmo com marcas iguais.

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“Este ano vou comprar somente o básico para evitar gastos desnecessários”, ressalta. Roseli não percebeu aumentos expressivos nos materiais em relação ao ano passado. Para ela, a decisão de pesquisar para gastar menos é motivada pelos resultados da economia.

“O ano passado foi mais difícil. Não foram os preços que subiram e sim o dinheiro que passou a valer menos”, avalia. Cita a alta do dólar como justificativa, pois parte dos materiais é importada conforme cotação da moeda americana, assim como componentes utilizados nas marcas nacionais.

A lajeadense Magda Viana decidiu mudar de hábitos. Mãe de uma menina de 9 anos, costumava adquirir os materiais sempre na mesma loja, sem pesquisar preços. Agora, além de comparar valores, evita itens listados pela escola.

“Nos anos anteriores, acabamos comprando coisas não utilizadas”, reforça. Segundo Magda, a opção será apenas por artigos estritamente necessários.

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“Também vou investir em uma mochila, mas só porque a do ano passado estragou”, assinala. Magda estabeleceu um orçamento, prevendo comprar apenas produtos genéricos e sem personagens. Caso economize no valor total, pensa em agradar a filha comprando algum item não previsto.

Foi o que fez a lajeadense Salete Henick. Mãe de uma menina de 7 anos, previa gastar até R$ 250 com os produtos escolares. Após pesquisar preços mais em conta para itens com a mesma qualidade das grandes marcas, comprou um brinquedo que não estava na lista e ainda economizou R$ 40 em relação ao previsto.

Impostos pesam

De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abifiae), o aumento médio nas mercadorias escolares é de 10% em relação ao ano passado. No caso de produtos importados, o acréscimo pode chegar a 35%.

Com o aumento de 1% na alíquota básica do ICMS no estado, os consumidores gaúchos tiveram acréscimos um pouco maiores em relação à média nacional. Os tributos representam grande parte do valor dos produtos. Nas canetas, o total de impostos corresponde a 47,5% do preço final. Mesmo com incentivos fiscais, livros didáticos têm carga tributária de 15%.

Gerente de uma loja de atacado e varejo, Elaine Reginatto revela uma estratégia ousada para driblar o aumento do ICMS. Segundo ela, a empresa começou as negociações com os fornecedores ainda em setembro. “Compramos antes para manter os preços praticados sem aumento do imposto.”

Elaine espera aumentar significativamente a venda de materiais em relação ao ano passado. Para isso, o estabelecimento adquiriu cinco vezes mais produtos e apostou na diversificação de marcas para crescer nesse nicho de mercado.

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