Empresários e produtores ligados ao agronegócio identificam oportunidades para crescer e se fortalecer no mercado em plena crise. A abertura de novos mercados para a carne de frango motivou o agricultor Diego Müller, 29, de Novo Paraíso, a aplicar R$ 1,9 milhão na construção de dois aviários, no sistema dark house. O valor será pago em dez anos, com dois de carência.
O primeiro lote de 120 mil aves foi alojado na semana passada. Após 30 dias na engorda, os animais são encaminhados para o abate com peso médio de 1,3 quilo. O valor por ave é projetado em R$ 0,35.
Toda produção é destinada ao mercado externo. Müller optou pelo modelo americano para melhorar a produtividade e a eficiência e reduzir a necessidade de mão de obra. “Se tivesse construído no modelo antigo, necessitaria de 15 funcionários.”
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Na estrutura, tudo é controlado de forma automática, 24 horas por dia. Luminosidade, temperatura, umidade, quantidade de ração e água exigem pouco contato com o produtor e favorecem o bem-estar. Na falta de energia elétrica, um gerador é acionado.
Nos primeiros 15 dias de vida, a luminosidade é de 50% e a temperatura oscila entre 27 e 33oC. Após esse período, é mantida entre 18 e 20oC e a luminosidade diminui para 35%.
De acordo com Diego, o sistema é mais vantajoso no verão, período em que as altas temperaturas prejudicam o desenvolvimento. O ar-condicionado evita perda de peso pelo excesso de calor e consumo de água.
Outras duas estruturas estão em reforma. Quando todo complexo estiver em funcionamento, serão alojadas 175 mil cabeças por lote. “O incentivo oferecido pelo Executivo e empresa, as linhas de crédito e garantia de mercado consumidor nos motivam a ampliar o negócio.”
A família se dedica à criação de frangos faz 35 anos. O pai de Diego, Eugênio, mantém outros dois aviários com capacidade para 84 mil aves.