Estoque de soro para picadas  de jararaca baixa e gera alerta

Vale do Taquari

Estoque de soro para picadas de jararaca baixa e gera alerta

Região tem apenas 40 ampolas para atender pacientes picados

Estoque de soro para picadas  de jararaca baixa e gera alerta

A dificuldade de abastecimento e a falta de notificações são indicadas como principais responsáveis pela queda no estoque de soro antibotrópico na região. Neste início de semana, 40 ampolas do medicamento estavam disponíveis na área de atuação da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (16ª CRS). Cada atendimento exige até 15 unidades.

O produto, usado contra picadas das cobras jararaca e cruzeira, é mantido somente em Lajeado. O número de doses recebidas por ano é baseado no histórico de casos. Até 2013, cinco cidades da região mantinham reservas. Além da maior cidade do vale, Estrela, Encantado, Teutônia e Taquari dispunham do serviço.

O panorama tem alertado representantes do órgão estadual. Sem estoques do medicamento, é preciso recorrer a outras regionais de Saúde ou aguardar um novo fornecimento do Ministério da Saúde. Dados dos serviços 24 horas e de emergência do Hospital Bruno Born indicam duas picadas de cobra neste ano, só em Lajeado. Em 2015, o município fechou com oito casos, dois a mais, se comparado com os seis do ano anterior.

Cuidados essenciais

A enfermeira Inze dos Passos reforça a necessidade de um atendimento ágil nos casos de picada de jararaca. Pelas estimativas, o estoque atual poderia ser consumido em cerca de uma semana em caso de demanda. “Quanto mais tempo para início do tratamento, mais ampolas são necessárias.”

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De acordo com ela, a limitação de soros acompanha a redução no número de notificações nos últimos dez anos, apesar da demanda média ter se mantido. Uma das medidas encontradas para amenizar o problema era recorrer a unidades disponíveis em outras coordenadorias ou hospitais da região.

A enfermeira enfatiza a necessidade da busca imediata a médicos especializados em caso de picada. O uso de procedimentos caseiros ou amarrar o local para fazer garrote ou torniquete é criticado por Inze. Mema opinião do Centro de Informação Toxicológica do Estado (CIT/RS). Uma das justificativas é o risco de gerar necrose no local.

Dificuldade nacional

Segundo a bióloga do Centro Estadual de Vigilância em Saúde gaúcho (CEVS), Cynthia da Silveira, o problema de abastecimento não se restringe à região, mas é uma dificuldade nacional. Atribui a situação à diminuição do número de laboratórios para apenas três fabricantes no país. “É uma coisa muito imprevisível. Estamos enfrentando uma escassez desse tipo de soro. O ideal é evitar os ataques.”

Com o cenário, afirma, os estoques mantidos no estado caíram pela metade. De acordo com Cynthia, a centralização das unidades foi uma forma de facilitar a localização dos medicamentos. Um agravante indicado para este ano foi o excesso de dias quentes, inclusive no inverno. Devido às temperaturas mais altas, o número de casos não caiu durante o período e reduziu ainda mais a reserva.

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