Os desfiles de rua do maior Carnaval do Vale do Taquari foram cancelados. A decisão foi tomada nessa quinta-feira, 7, em reunião entre Executivo e representantes das escolas de samba, e inclui os demais eventos relacionados à data.
Os R$ 190 mil que seriam aplicados na festa serão destinados para a Secretaria da Saúde e para a Apae do município.
De acordo com o prefeito, Emanuel Hansen de Jesus, o momento de incertezas na economia inviabiliza o investimento por parte do Executivo.
“Não há garantia de retomada da situação vivida faz um ano e meio ou dois”, afirma. Segundo ele, o orçamento de
Taquari já é menor em relação aos demais do mesmo tamanho e o governo do Estado ainda deve mais de R$ 1 milhão para a Secretaria da Saúde.
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Entre as dificuldades enfrentadas pela área, estão o atraso em exames e a escassez de medicamentos específicos. Conforme Hansen, todos os hospitais da região cortaram serviços, enquanto o Instituto de Saúde e Educação Vida manteve todos os atendimentos em parceria com o município.
O prefeito assegura que os recursos serão aplicados na realização de mil exames, o que encerraria a demanda existente no município. As prioridades serão 31 ecocardiogramas, 126 ecodoppler vascular, 142 ressonâncias magnéticas, 152 tomografias e 550 ecografias.
A verba também viabilizará a manutenção do projeto de ambientoterapia da Apae, que atende 30 crianças. De acordo com Hansen, a iniciativa era custeada pela iniciativa privada, mas o subsídio foi cancelado. Segundo ele, o Legislativo também se comprometeu a colaborar financeiramente com o projeto.
Orçamento comprometido
O prefeito diz ainda que o orçamento de 2016 já está comprometido. Entre as despesas, estão R$ 2 milhões de contrapartidas para obras realizadas com recursos da União e do Estado.
Entre elas, a pavimentação de 24 ruas e da Estrada dos Aterrados, a construção de dois postos de saúde, seis praças poliesportivas e duas creches, mais os equipamentos do hospital e duas academias de saúde.
Conforme Hansen, nos últimos 30 dias, os representantes das escolas de samba da cidade também manifestaram dificuldades financeiras para participar do desfile. Presidente da Batutas da Orgia, Fabrício Araújo, é favorável à medida.
“Sabíamos que este ano seria bem difícil devido às crises nacional e estadual que acabaram impactando no município”, afirma. Para ele, não seria justo destinar essa quantidade de recursos para a festa diante desse cenário.
Custo elevado
Na contabilidade da administração, os R$ 190 mil para o evento seriam utilizados na estrutura de som e da praça de alimentação, além do aluguel de grades, banheiros químicos e auxílios às escolas. Não estão incluídos os gastos com horas extras dos funcionários envolvidos.
Na opinião de Araújo, o Carnaval da cidade só poderá se reerguer com a colaboração de voluntários.
“Precisamos de mais pessoas que trabalhem de graça para reduzir o custo da festa”, avalia. Segundo ele, o Carnaval local sempre foi o mais bonito e luxuoso da região, mas o momento não permite comemorações. “Vamos cuidar da saúde e quem sabe no ano que vem retomamos a festa.”
