Menos buracos, mais remendos

Vale do Taquari

Menos buracos, mais remendos

Reportagem volta a percorrer as dez principais rodovias da região para verificar as condições de trafegabilidade. Em comparação com a situação vista há mais de dois anos, houve melhora em alguns trechos. Apesar disso, persistem problemas de desníveis, falta de acostamento e de limpeza nas margens. Situação mais crítica fica na na ERS-423, entre Marques de Souza e Progresso.

Menos buracos, mais remendos
oktober-2024

A região avança pouco em termos de infraestrutura rodoviária. O fim das praças de pedágio na BR-386 e a mudança no modelo de concessão das vias administradas pelo Estado não interferiu de forma incisiva para a melhora dos principais trechos do Vale.

A atuação dos órgãos responsáveis, inclusive do Daer, se limita a roçadas, tapa-buracos e, em pontos mais críticos, recapeamentos.

Em agosto de 2013, cerca de três meses depois do rompimento com a Sulvias, equipe de reportagem percorreu o Vale do Taquari para averiguar a condição das rodovias. A situação estava crítica. Na BR-386, as maiores dificuldades eram encontradas no perímetro urbano entre Estrela e Lajeado, onde buracos sucediam buracos. A capoeira começava a cobrir placas de sinalização.

Condição semelhante percebia-se na ERS-130, também no perímetro urbano de Lajeado. Havia um buraco a cada oito metros. A precariedade resultou em protestos. Semanas depois, a EGR licitou o recapeamento entre o acesso a

Cruzeiro do Sul e o entroncamento com a BR-386, trecho de 3,6 quilômetros. Desde então, a situação da rodovia encontra-se estável. Tapa-buracos e roçadas ocorrem de forma periódica, embora pouco avance em infraestrutura.

Na BR-386, a gestão passou do Estado ao governo federal. Ainda em 2013, o Dnit licitou a reforma de 152,4 quilômetros da rodovia. Todo o pavimento entre Lajeado e Estrela foi substituído.

Na mesma época, a autarquia firmou contrato com a Conpasul para manutenção periódica, mas a empresa entrou em recuperação judicial e os serviços começam a ser prejudicados. Nas próximas semanas, novo edital deve substituir a construtora e normalizar a situação.

ERS-423, a pior do Vale

Das dez rodovias apuradas pela reportagem, seis são de competência do Daer, autarquia responsável por administrar 750 quilômetros de estradas em 47 municípios da região. Todas melhoraram desde 2013, exceto a ERS-423, entre

Marques de Souza e Progresso. As condições da via se agravaram com as chuvas das últimas semanas.
A pista está comprometida em diversos pontos, em especial na comunidade de Picada Serra.

Muitos motoristas precisam trafegar na contramão para desviar dos buracos. Há três semanas, o condutor de um automóvel perdeu o controle do veículo após passar sobre desníveis e colidiu contra o muro de uma residência.

Além disso, falta acostamento e a capoeira começa a invadir a pista. Nesta semana, equipes da superintendência regional do Daer realizaram serviços emergenciais no trecho. No entanto, moradores questionam a durabilidade do tapa-buracos.

Situação das principais rodovias do Vale do Taquari

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Encantado – Nova Bréscia (ERS-425)
Como estava: faltam roçadas e há desníveis no trecho de 13 quilômetros.
Como está: problemas seguem parecidos. Buracos e desníveis na pista comprometem o trânsito. Em certos trechos, motoristas desviam pela contramão. Falta roçada.


BR 386Tabaí – Pouso Novo (BR-386)
Como estava: nem União e nem o Estado se responsabilizavam pela manutenção. Buracos, desníveis, capoeira e falta de iluminação eram os principais problemas.
Como está: Dnit assumiu a rodovia e recapeou o trecho. Apesar disso, trajeto entre Lajeado e Pouso Novo apresenta uma série de desníveis e capoeira cresce às margens da via.


ERS 129Roca Sales – Guaporé (ERS-129)
Como estava: trecho de 2 quilômetros entre Roca Sales e o posto da PRE, administrado pelo Daer, está em pior situação. Muitos buracos. Na sequência, até Guaporé, responsabilidade da EGR, problemas são semelhantes.
Como está: trecho do Daer passou por manutenção e apresenta apenas um buraco. É o melhor percurso da via. No entanto, roçada está deficiente. Em condição semelhante está o restante da ERS.


ERS 130Lajeado – Arroio do Meio (ERS-130)
Como estava: administrada pela EGR, via apresenta grande número de buracos e desníveis, em especial no trecho urbano de Lajeado.
Como está: a pista recebeu melhorias e apresenta boa sinalização.


ers 332Encantado – Arvorezinha (ERS-332)
Como estava: trecho de Jacarezinho está entre os mais precários. Também há pouco acostamento e falta roçada do inço. O Daer é responsável pela rodovia.
Como está: desníveis, capoeira e falta de acostamento mantêm situação complicada. Apesar disso, serviço de tapa-buracos ameniza os transtornos. Pista está remendada.


ers 421Lajeado – Forquetinha (ERS-421)
Como estava: milhares de pessoas passam pelo local todos os dias. Há buracos, desníveis e faltam acostamento e roçadas. Responsabilidade do Daer.
Como está: persistem desníveis na pista e falta de acostamento. Trecho sem capoeira. Serviço de tapa-buracos realizado nas últimas semanas amenizou problemas.


Rota do SolTeutônia – Mato Leitão (RSC-453, Rota do Sol)
Como estava: rodovia é dividida em dois trechos. Entre Estrela e Teutônia, há diversos buracos e desníveis. No outro percurso, entre Cruzeiro do Sul e Mato Leitão, mesma situação. Rodovia é pedagiada.
Como está: ambos trechos apresentam boas condições de tráfego e de sinalização. Entre os pontos mais precários do asfalto, está a faixa a partir do quilômetro 44, em direção a Teutônia.


Via lacteaTeutônia – Fazenda Vilanova (ERS-128,Via Láctea)
Como estava: buracos, falta de iluminação e de acostamento eram as principais reclamações. Competência é do Daer.
Como está: toda via passou por melhorias. Apesar disso, os desníveis em alguns trechos exigem atenção dos condutores.


VRS 811Arroio do Meio – Travesseiro (VRS-811)
Como estava: o trecho urbano, em Rui Barbosa e Forqueta, é o mais problemático. A região tem muitas casas e falta acostamento. Motoristas reclamam de placas de sinalização mal conservadas e de buracos na pista. O trecho é de responsabilidade do Daer.
Como está: usuários do perímetro urbano ainda convivem com condições mais precárias em Rui Barbosa e Forqueta. Pouca sinalização e falta de redutores e de acostamento geram riscos. Alguns trechos passaram por recapeamento nos últimos meses de 2015 e já apresentam desgaste.

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