A Secretaria da Agricultura de Arroio do Meio incentiva produtores a adotarem novo método de armazenagem da silagem. Técnica trazida da Alemanha por um agricultor há quase dez anos, o silo trincheira condiciona redução nos custos com o transporte e montagem dos habituais silos de lona, facilita a rotina de trabalho e amplia a qualidade do alimento conservado.
De acordo com o secretário Paulo Heck, o município incentiva o método desde 2012 devido a uma série de fatores. O principal, economia aos cofres públicos. “No ano passado fechamos de forma gratuita 2,6 mil silos de lona, o que exige tempo e dinheiro. Limita demais atendimentos, como no setor primário e infraestrutura geral do interior.”
Outra vantagem, enfatiza o secretário, a praticidade. O silo trincheira pode ser construído nas proximidades dos galpões e, com isso, o produtor não precisa se deslocar às lavouras para recolher a silagem.
Em apenas um desses silos, destaca Heck, é possível conservar toda a colheita de milho da propriedade. “Em dias de chuva como hoje (ontem), a silagem vai estar ao lado do galpão. O agricultor não precisa estragar a roça e a estrada para ir buscar.”
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Nestes quase cinco anos de incentivo, cerca de 20 produtores aderiram à proposta. Entre eles, Jandir Steffens, de Forqueta Baixa.
Adepto ao silo trincheira desde 2014, utiliza o espaço para a alimentação de 75 animais. Ele enaltece a importância do investimento. “Não dá barro, utilizo uma única lona e consigo aproveitar 100% do alimento, que é de total qualidade.”
Além disso, reforça o produtor, reduz os custos de produção. Steffens tem espaço para armazenar 20 hectares de silagem, mas neste ano conserva o pasto de 14 hectares. A previsão é que o alimento dure dez meses, o que lhe dá tranquilidade para o período de transição das pastagens. Se fosse o método tradicional, aponta, teria que fazer 20 silos nas roças para compensar.
A escolha pela silagem em trincheiras também facilita o procedimento, uma vez que as paredes feitas de alvenaria ajudam a impedir a entrada do ar. Nesse casos, sucessivas camadas de 20 centímetros de volumoso podem ser compactadas pelo vaivém de tratores.
Safra de qualidade
Embora estações meteorológicas tenham registrado excesso de chuva nos últimos meses, as condições do tempo não prejudicaram o crescimento das lavouras de milho. “O problema é quando ocorre falta de água”, garante o engenheiro agrônomo da Emater Regional, Alano Thiago Tonin.
Apesar disso, pode ocorrer de muitos produtores registrarem perdas na aplicação de insumos, como a ureia. As chuvaradas, aponta Tonin, acabam retirando os fertilizantes do solo visto a aplicação ser superficial.
“As chuvas também atrasaram o período de semeadura, entre agosto e setembro e, assim, muitos produtores não conseguirão fazer duas colheitas.” Do total de milho cultivado no Vale do Taquari, estima Alano, 55% é utilizado para a confecção de silagem.