A conta de luz deve reduzir em até 10% a partir de fevereiro, conforme projeção divulgada nesta semana pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A previsão leva em conta a crescente na geração de hidrelétricas, o que condiciona a mudança da bandeira tarifária de vermelho para verde.
Considerada mais barata, a energia hídrica viabiliza o desligamento das usinas termelétricas no próximo mês. Hoje a bandeira tarifária está em vermelha, na qual o consumidor paga R$ 45 por megawatt/hora consumido (Mwh). Tal arrecadação extra, direcionada para o pagamento das térmicas, seria anulada.
A bandeira tarifária, sistema instituído pela Aneel no começo do ano passado, ajudou a encarecer a conta de luz que, de modo geral, subiu 51,3% entre o fim de 2014 e novembro de 2015. Apesar da mudança, especialistas apontam que o alívio no bolso será gradual, ao longo deste primeiro semestre.
De acordo com projeção da CCEE, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que estabelece o valor máximo do custo da geração para 2016, deve ficar em R$ 30 por Mwh. O principal fator sobre esses cálculos são as chuvas. Mesmo que o país tenha a pior hidrologia já registrada, a bandeira verde poderia estrear a partir de abril.
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A mudança da bandeira, contudo, só pode ocorrer depois de as projeções serem confirmadas e ratificadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e pela Aneel. Caso a previsão se confirme, será a primeira aplicação da verde desde a implantação do sistema.
Itaipu, a maior do mundo
Nesta semana, a Usina de Itaipu, no oeste do Paraná, ultrapassou a chinesa Três Gargantas e reassumiu a liderança mundial em geração de energia elétrica. Pertencente ao Brasil e ao Paraguai, a binacional também é dona de outra marca histórica: maior produtora de energia acumulada do mundo, com 2,3 bilhões de Mwh desde a operação, em maio de 1984.
Embora tenha capacidade menor que a Três Gargantas, de 14 mil MW e 22,4 mil MW respectivamente, a Itaipu gerou 2,5% a mais do que a chinesa no ano passado. Foram 89,2 milhões de Mwh contra 87 milhões de Mwh.
A Itaipu havia perdido a liderança mundial em 2014, quando o país enfrentou a maior crise hídrica da história. Até então, a binacional nunca havia saído do topo do ranking. Com o reservatório cheio, mantém o vertedouro (espaço para escoamento da água excedente), aberto desde o dia 17 de novembro. Para 2016, a meta é alcançar 90 milhões de Mwh.
Ano começou com aumento
O início de 2016 acompanha nova tributação sobre diversos produtos e serviços consumidos no cotidiano dos gaúchos. Entre eles, a energia elétrica, que sofre reajuste em virtude das novas alíquotas do ICMS, aprovadas em setembro do ano passado. Em decorrência do aumento no imposto, contribuintes pagarão cerca de 7% a mais nas contas de luz.
