O grande número de flagrantes de pássaros silvestres mantidos em cativeiro motiva projeto do Centro de Educação Ambiental da Sema, financiado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente e Saneamento (Condemas). Idealizada pela bióloga Edith Ester Mello, a iniciativa prevê ações no Jardim Botânico, no bairro Moinhos d’Água, voltadas à conscientização da sociedade sobre a importância de preservar os animais existentes no Vale do Taquari
Chamado Ave Feliz é Ave Livre, o projeto deve estrear em março. De acordo com Edith, a proposta é mostrar às pessoas que é possível admirar a beleza dos pássaros em seu habitat, ao invés de prendê-los. “Muito melhor, de fato, é vê-los fora das gaiolas, onde se pode observar o comportamento natural”, enfatiza a bióloga.
Para isso, serão promovidos cinco eventos “birdwatching” ao longo deste ano, prática que consiste em observar os animais na natureza. Todos devem ocorrer nos fins de semana. As datas ainda não foram definidas, sendo que a primeira está prevista para março. Qualquer pessoa pode participar, desde que preencha uma ficha de inscrição. A atividade é gratuita.
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A visita será acompanhada por ornitólogos e observadores de aves experientes da região, com o intuito de auxiliar os participantes a identificar as aves por meio da visualização e do canto. “A atividade é muito prazerosa, e visa sensibilizar a população e aumentar o conhecimento sobre as aves locais”, adianta Edith.
Além do “birdwatching”, o projeto prevê a criação de uma lista oficial das espécies presentes no Jardim Botânico e, ainda, a elaboração de um guia de identificação, o qual ficará disponível para os visitantes no parque. Placas com informações e fotos sobre as aves também serão instaladas nas trilhas até o fim do ano. Mais detalhes sobre o projeto podem ser obtidos por meio dos 3298-1107/1099.
Sete mil aves apreendidas
A ideia de criar um projeto para auxiliar no processo de conscientização sobre a importância das aves silvestres presentes na região surgiu após a apreensão das espécies em cativeiro, por meio de uma parceria entre Patrulha Ambiental, Brigada Militar e Polícia Federal.
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Segundo Edith, os pássaros foram soltos no Jardim Botânico. O fato, destaca a bióloga, reavivou a problemática da captura ilegal e incentivou o projeto. “Os dados são alarmantes, já que a redução de habitat, a caça e captura são as maiores ameaças para a existência dos pássaros.” Entre 2008 e 2010, por exemplo, foram apreendidas cerca de sete mil espécies de aves. Perto de 10% desse total estava morto devido a maus-tratos.
Além da captura para fins ornamentais, muitas pessoas da região ainda têm o costume de caçar aves na mata para fins culinários. Contudo, reforça o município, caça, perseguição e captura de animais silvestres são crimes ambientais previstos na Lei Federal n° 9.605 de 1998.
