A orla do principal manancial da região recebe mais de R$ 1,2 milhão em investimentos. Os valores incluem a recuperação de estruturas históricas, reconstrução de belvederes, instalação de cafés e comércio, canalização, asfaltamento de vias, sinalização e iluminação pública. O principal objetivo dos gestores é fomentar o turismo e resgatar o apreço das comunidades pelo Rio Taquari.
Os serviços já iniciaram em Estrela. Em março, a administração municipal inaugurou a primeira etapa do projeto de reformulação da antiga escadaria, ponto histórico do município, por onde chegava todo o abastecimento para os primeiros moradores no início do século passado.
No local, o governo gastou cerca de R$ 100 mil na primeira fase do empreendimento, que consistiu na restauração de muros laterais, dos balaústres, e na instalação de duas estátuas que representam a indústria e o comércio do município, antes localizadas em outro ponto do belvedere.
[bloco 2]
Em poucos meses, o local passou a ser novamente frequentado pela comunidade. Principalmente com a realização de eventos artísticos, como o 1º Arte na Escadaria, realizado pela primeira vez em agosto passado. Com o sucesso, novas edições ocorreram no decorrer de 2015.
Para a próxima semana, o governo municipal estima encerrar a segunda etapa da obra de revitalização da margem estrelense do Rio Taquari. Nesse empreendimento, foram investidos outros R$ 142,3 mil na instalação de sanitários, local para informações turísticas, quiosque para alimentação e um pequeno deck.
Além disso, foi feita a recuperação da vegetação e criado um espaço com brinquedos junto ao belvedere. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a próxima etapa, orçada previamente em R$ 250 mil, deve ser licitada em breve. Ela consiste na recuperação de outra área da orça, onde antigamente haviam mirantes para apreciação do rio.
R$ 770 mil em Lajeado
A administração municipal lajeadense anunciara em maio do ano passado um projeto de recuperação da orla, com investimentos no belvedere da rua Osvaldo Aranha, uma das mais antigas da cidade. Orçadas em R$ 250 mil, as obras devem iniciar hoje, com previsão de término para julho. Serão três etapas em diferentes pontos da ciclovia.
O projeto é um trabalho realizado em conjunto entre secretarias de Meio Ambiente (Sema) e Planejamento (Seplan), com auxílio do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates (Emau).
Conforme o secretário substituto da Sema, Jean Todeschini Tasca, o projeto prevê avanço de 2 metros da nova estrutura do belvedere para perto do Rio Taquari. Também haverá a instalação de bancos, luminárias e parapeitos.
Segundo Tasca, a primeira fase do projeto será no belvedere em frente ao Restaurante Barranco, próximo à esquina entre as ruas Osvaldo Aranha e Júlio de Castilhos. Em um segundo momento, as obras ocorrerão nas proximidades da empresa Vinagres Prinz, e na sequência no espaço ao lado da Praça Moreira César.“As árvores dos locais serão mantidas. Algumas paineiras serão retiradas. Acredito que até o fim do primeiro semestre a revitalização esteja pronta”, estima o secretário substituto. Tasca esclarece ainda que os recursos são provenientes de compensações ambientais. “São multas pagas por um grupo de empresas, que assinaram um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) com as duas secretarias.”
Além dos R$ 250 mil de recursos das multas ambientais, está previsto ainda o investimento de R$ 521 mil de recursos do Ministério do Turismo nas proximidades, cuja licitação foi finalizada no ano passado. Tal obra, conforme a placa instalada na rua Júlio de Castilhos, deveria ter iniciado em agosto de 2015, com prazo de entrega para 25 de fevereiro de 2016.
[bloco 1]
De acordo com o secretário de Governo (Segov), Auri Heisser, o empreendimento deve iniciar em janeiro. “Parte dos valores já foi depositada na conta da prefeitura. Ele vem em etapas. Faltam agora alguns ajustes com a Caixa Econômica Federal para iniciarmos as obras.” Tal obra consiste na aplicação de camada asfáltica em alguns trechos de ruas, além de sinalização e canalização.
“Queremos atrair investidores”
Heisser aposta no interesse de investidores após a conclusão de algumas melhorias na infraestrutura do local. “Se eles não investem hoje, muito é pela precariedade das instalações atuais. Precisamos reaver esse local, realizando eventos artísticos ou até mesmo desportivos. Esse local já foi palco de grandes campeonatos de motonáutica”, lembra.
O secretário também enaltece a importância da população voltar a utilizar o belvedere. “Hoje vivemos de costas para o Rio Taquari. Falta ainda uma cumplicidade entre sociedade e Taquari. Possuímos aqui uma beleza natural de dar inveja para outras cidades. Muitos gostariam de ter esse potencial.” Bares, comércios e restaurantes são sugestões de empreendimentos para a área.
Após terminar as três etapas previstas pelo TCA e mais os investimentos com recursos federais, a administração pretende se concentrar na recuperação do antigo prédio do ex-prefeito, Bruno Born, na rua Osvaldo Aranha, e também permutar terrenos próximos ao colégio Castelo Branco. “A ideia, a longo prazo, é a construção de um parque e uma área verde junto ao Porto dos Bruder.”
Área de preservação permanente
A legislação ambiental restringe obras a menos de cem metros do leito do Taquari, local classificado como Área de Prevenção Permanente (APP). No entanto, essa norma permite intervenções realizadas em prol da sociedade e do poder público, mesmo que ocorram nesse tipo de terreno. Diante disso, o governo de Lajeado realiza estudo jurídico para avalizar obras particulares, atendendo pedido do Comitê de Revitalização do Centro Antigo.
