Dificuldades na recuperação de uma cirurgia na vesícula foram responsáveis pela morte do padre Miguel Ody, 93, nesse sábado. No domingo, duas missas e a presença de familiares, amigos, fiéis e mais de 32 sacerdotes marcaram o enterro do padre. A fé é uma marca da família, em que sete dos 13 irmãos dedicaram a vida à religiosidade.
Fluente em cinco línguas, Ody é descrito pelo sobrinho José Antônio Goergen, 60, como uma pessoa disposta, alegre e amante da cultura. Para cuidar do tio, há mais de três anos, deixou o trabalho de vendedor. Até a decisão, os contatos com Ody eram restritos aos encontros de famílias e celebrações.
De acordo com ele, depois de permanecer mais tempo com o tio, também veio a admiração e o reconhecimento pela atuação comunitária.
Ordenado padre em agosto de 1971, Ody também ficou marcado pela atuação como irmão lassalista. “Era uma pessoa que valorizava todo mundo. A morte dele pegou todos de surpresa, ele estava bem.”
Apesar da idade, Ody se mantinha ativo na comunidade e auxiliava nas celebrações dominicais e em alguns eventos. Suas últimas participações ocorreram em novembro.
No período como cuidador do tio, Goergen destaca o gosto pelas viagens e pelo contato com culturas diferentes. Ainda em 1945, Ody fez a primeira viagem para Alemanha. Mais recentemente, repetiu o trajeto, além de visitar familiares em Santa Catarina e viajar ao litoral.
Otimismo e amizade
Responsável pela Igreja Matriz São Francisco Xavier, o padre Zeno Graeff ressaltou o otimismo e atuação de Ody durante os 45 anos de sacerdócio. “Era uma figura muito querida por todos, foi um amigo.” Para ele, o anúncio da morte causou surpresa devido à boa saúde apresentada pelo amigo. Zeno ressalta a dedicação de Ody, mesmo com a idade avançada, nas atividades e a admiração que gerava.