Empolgação de festas leva à imprudência

Lajeado

Empolgação de festas leva à imprudência

Bombeiros alertam para os perigos do manuseio incorreto de objetos pirotécnicos

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Empolgação de festas leva à imprudência

Na correria que marca a virada de ano, um dos maiores destaques das festas pode se tornar algo perigoso. Acidentes em função do manuseio imprudente de fogos de artifício se tornaram recorrentes.

Além de sequelas físicas, como queimaduras e amputações, explosões descontroladas podem causar impacto coletivo. Imprevistos durante brincadeiras com fogos também podem causar incêndios residenciais e florestais, além de danos a redes elétricas.

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente José Augusto Pohlmann, a única maneira de evitar o risco é não usar esse tipo de objeto. Mas, como já existe uma cultura estabelecida, lembra, é possível manter a tradição com a maior segurança possível. “Não é preciso acabar com o costume, mas seria bom se essas lesões fossem evitadas”, pondera.

Conforme Pohlmann, como acionadores por controle remoto são usados apenas por shows pirotécnicos profissionais, é preciso buscar uma alternativa. O mais seguro é usar utensílios de extensão, mantendo os fogos distantes do corpo. A intenção é evitar que a pessoa que segura seja atingida por uma mudança repentina de direção da carga disparada.

Ele lembra que alguns rojões têm encaixes, de forma que um fica preso ao outro, mas que essa técnica de extensão não é segura. Dessa maneira, um pode queimar o outro causando uma reação em cadeia descontrolada. “O melhor é usar um cano de PVC com, no mínimo, um metro e meio de comprimento”, relata.

Primeiros socorros

Em caso de acidentes, a principal orientação é não colocar nenhum produto ou objeto sobre o ferimento, que pode infecionar rapidamente. Em caso de hemorragia, decorrente de lesão profunda ou amputação, o correto é pressionar a ferida com um pano limpo, e encaminhar ao socorro médico.

Segundo Pohlmann, caso o sangramento persista e a compressa fique encharcada de sangue, deve-se manter a pressão, adicionando outro tecido. Dessa maneira, comenta, o rompimento de artérias e veias pode ser minimizado. “Sangue coagulado ajuda a estancar o sangramento”, comenta.

Ele lembra que, mesmo com a elaboração de produtos mais seguros, voltados ao público infantil, o contato entre fogos de artifício e crianças deve ser evitado. Independentemente do tamanho, ou da carga, qualquer artefato pirotécnico é potencialmente perigoso. “Até as faíscas daquelas bombinhas mais inocentes podem machucar o olho ou mão”, conclui.

Comércio

De acordo com o proprietário de uma loja que comercializa artigos pirotécnicos, no centro, Jaime Cristiano Sulzbach, 39, as vendas aumentaram, comparando com 2014. Ele relata que no fim do ano a comercialização supera até a época de festas juninas.

Sulzbach conta que a cada ano as fábricas melhoram no que diz respeito à segurança, redução de fumaça e barulho. Ele afirma, que mesmo com produtos de maior qualidade, os preços caíram. Revela que tem o cuidado de vender apenas para maiores de 18 anos, além de dar orientações sobre o manuseio seguro. “Até porque, com o uso correto, além de evitar acidentes, o produto tem o efeito desejado”, pondera.

Os preços variam bastante, de R$ 0,75 a R$ 2 mil, vão de estalinhos, a baterias autônomas com uma queima que dura até cinco minutos. Conforme o ferramenteiro, Ismael Scherer, 34, a maioria das pessoas prefere os mais coloridos.

Scherer diz que acha perigoso o contato de crianças com fogos de artifício, mas que com o devido cuidado é possível proporcionar a elas um espetáculo seguro. “O ano de 2015 não foi bom, temos que fazer essa festa pra começar 2016 com bastante alegria”, conclui.

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