Servidores reagem contra pacote de Sartori

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Servidores reagem contra pacote de Sartori

Sindicatos pretendem ingressar na Justiça contra lei aprovada pela Assembleia

Servidores reagem contra pacote de Sartori

Os deputados estaduais aprovaram 27 proposições do pacote de reajuste fiscal apresentado pelo governador José Ivo Sartori. Também foram votadas matérias que tratam do refinanciamento da dívida pública e da instituição do Programa de Qualidade na Produção, Transporte e Comercialização do Leite no estado.

A sessão, que começou às 15h30min de segunda-feira e se estendeu até as 4h de ontem, foi marcada por discussões no plenário, e manifestações em frente ao parlamento. Um dos destaques foi a aprovação do projeto que cria a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual.

O texto é o centro de uma polêmica, que mobiliza representantes sindicais, desde que foi lançada pelo governador Sartori em julho. Além de criticarem o impacto da nova lei, sugerindo que ela pode prejudicar o pagamento de subsídios, a concessão de reajustes escalonados, e a realização de novos concursos, os sindicalistas questionam a constitucionalidade do texto.

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De acordo com vice-presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do RS (Fessergs), a categoria pretende levar o assunto à Justiça. Ele diz que o projeto não estava em regime de urgência, o que pode desqualificar a votação emergencial. “Uma das linhas de ação é analisar o texto em busca de falhas legais”, realça.

Conforme o coordenador-geral do 8º núcleo do Cpers, Oséias Souza de Freitas, as medidas aprovadas pelo Legislativo não garantem a redução dos gastos do Estado e congelam salários. Ele declara que nem a base aliada ao governo compreendeu a solicitação de urgência na votação.

Para ele, a movimentação foi feita “a toque de caixa”, para atrasar a reação do funcionalismo. “Cada sindicato, por meio do setor de assessoria jurídica, vai buscar meios legais e contestar isso a partir de fevereiro”, afirma.

Restrição de acesso

De acordo com o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Isaac Delivan Lopes Ortiz, a maneira como as proposições foram votadas não respeita o direito dos servidores. Ele afirma que o plenário não ficou lotado, devido à distribuição de poucas senhas para o público que estava concentrado em frente à AL. “O deputado Edson Brum tem vetado o acesso do cidadão, ao parlamento, espaço que é do povo”, reclama.

Ortiz argumenta que as mudanças expressas pelo projeto podem contribuir para o aumento da criminalidade. Para ele, a homologação de emendas, já aprovadas pelos deputados, que garantem correções do subsídio, retirada de inativos de cálculos de reajuste, compra de equipamentos, realização de concursos e pagamento de horas extra, são a única maneira de evitar uma crise de segurança pública. “Espero que com isso possamos garantir que o custeio da segurança pública não seja prejudicado”, conclui.

Folha de inativos

Conforme o Executivo, um dos principais problemas é o gasto com aposentados. Em 2015 foi ultrapassado o limite adotado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE ). No fechamento do segundo quadrimestre deste ano, os gastos chegaram a 47,09%. O teto da Lei de Responsabilidade Fiscal é de 46,5%.

A folha dos servidores vinculados ao Executivo fecha 2015 com crescimento médio de 8,9%, ultrapassando R$ 1,2 bilhão por mês. A remuneração dos inativos, no entanto, fica 13,2% maior e representa mais de 53% dos recursos destinados para pagar salários, subsídios e outros itens.

Os números constam do relatório mensal sobre a despesa com pessoal, elaborado pelo Tesouro do Estado. Este é o primeiro levantamento que considera todas as parcelas do reajuste concedido aos servidores da área da segurança pública (ativos e inativos), que em 2015 teve um impacto de quase R$ 410 milhões.

Pelas projeções, a despesa com pessoal do Executivo deve ultrapassar R$ 20,3 bilhões em 2015. Desse total, cerca de R$ 1,7 bilhão são para precatórios, RPVs e despesas de exercícios anteriores.

Pacote de reajuste fiscal foi lançado em julho e causou protestos pelo RS

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