A primeira vacina contra a dengue do país foi registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve ajudar no combate à doença. A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial da União para o produto biológico Dengvaxia. Apesar da medida, a vacina não tem resultado sobre a febre chikungunya e o vírus zika, também transmitidos pelo mosquito aedes aegypti.
A validação foi feita após análise de qualidade, segurança e eficácia do produto pela Anvisa. Um dossiê de registro foi desenvolvido em março deste ano e teve resultado indicado dentro dos padrões estabelecidos pelo órgão nacional e internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o International Vaccine Institute (DVI). Representantes das instituições e de diferentes países se reuniram em julho para debater as exigências sobre eficácia e parâmetros técnicos.
Testes feitos na América Latina em 21 mil jovens e crianças demonstraram queda de 60,8% dos casos da doença. Além deles, na Ásia, outro estudo abrangeu dez mil voluntários e atingiu índices de 56%. A vacina já está em uso no México e nas Filipinas desde o início do mês.
O medicamento poderá ajudar na prevenção da dengue causada pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4 em indivíduos dos 9 aos 45 anos. Em nota publicada em seu site oficial, a Anvisa salienta a falta de dados suficientes para comprovar a segurança do uso em faixas etárias diferentes. As aplicações das doses devem ser ocorrer no intervalo de seis meses.
Os testes feitos pela agência demonstraram uma eficácia geral de 65,6% para usuários acima de 9 anos. Entre as cobaias, as com o sorotipo 4 tiveram melhor aproveitamento, tendo eficácia de 83,2%. Os piores índices ficaram com o sorotipo 2 (47,1%) e 1 (58,4%). O 3 ficou com 83,2% de aproveitamento. Com os resultados, a tendência é de uso mais comum entre os casos mais graves de dengue. Segundo a Anvisa, as doses estarão no mercado em até três meses.
