Leitores pedem melhorias em biblioteca

Teutônia

Leitores pedem melhorias em biblioteca

Acervo defasado, falta de acessibilidade e condições de infraestrutura afastam público

Leitores pedem melhorias em biblioteca

O incentivo à leitura na comunidade está representado por uma biblioteca com acervo doado e falta de acessibilidade para os deficientes. O ponto de referência para locação de livros de forma gratuita atende em horários alternados devido à falta de servidor.

Além disso, a falta de investimento público ofusca a história do prédio com 22 anos. A fachada apresenta o desgaste do tempo. A manutenção depende do Executivo.

A Biblioteca Municipal Arno Sommer fica no Centro Cultural 25 de Julho, em Languiru. O acervo de quatro mil obras ocupa 15 metros quadrados de área. As escadas dificultam o acesso de cadeirantes. O último investimento da Secretaria de Cultura e Turismo foi em 2014 com aquisição de 200 livros.

A biblioteca não recebeu investimentos neste ano. O prédio de dois andares também cedia aulas de música proporcionadas pelo 25 de Julho. Todas as salas são climatizadas.

Conforme o secretário da Cultura, Ariberto Magedanz, a restauração do prédio ocorrerá no próximo ano. Entretanto, não há definição de valores ou projeto concreto sobre as melhorias a serem executadas. Desde janeiro, foram aplicados R$ 1,4 milhão em cultura.

O valor está distribuído entre Orquestra Municipal, Corais, CTGs, grupos de danças alemãs e Centro Cultural 25 de Julho. Por mês, são aplicados R$ 7,2 mil em assinaturas de jornal para idosos. São 450 exemplares distribuídos de forma gratuita. “A porta de entrada de toda informação das pessoas é pela leitura. Infelizmente leem pouco”, diz.

Leitora decepcionada

Bruna Ruschel, 26, mora em Teutônia faz mais de duas décadas. A paixão pela leitura é visível no acervo da família. Junto com o pai e o irmão, acumula cinco mil revistas e dois mil livros. A coleção pessoal conta com 300 obras. Por mês, investem R$ 300 na compra de novos exemplares.

A admiração pelas letras iniciou em 2009, por meio de um e-book da saga Crepúsculo, de Stephen Meyer. A estrutura textual somada ao conteúdo despertaram o prazer pelas histórias escritas. Desde então, dedica até quatro horas diárias desvendando as páginas. Lê cinco livros por semana.

Bruna incentiva os filhos Gyovanna, 7, e Rodrigo, 4. Ambos recebem histórias para desenvolvimento pedagógico e lúdico. A mãe pensou em levar os filhos à biblioteca municipal, mas o espaço não permite aglomeração de leitores. A solução para propiciar ambientes diferentes para leitura é se deslocar até Lajeado, na Biblioteca da Univates. “Em Teutônia não tem estrutura. O espaço é pequeno e não tem livros novos”, diz.
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Para revitalizar o espaço, junto ao Centro Cultural 25 de Julho, sugere a implantação de programas para a leitura na praça. A biblioteca poderia ser aberta em fins de semana para atrair mais pessoas. A área de lazer é cercada e evita furtos de obras. A revitalização do Centro Cultural seria atrativo para turistas.

Entre os benefícios destacados, o principal é o desenvolvimento cultural da comunidade. O aprendizado por meio de viagem literária, possibilidade de aprofundar conhecimento em pesquisas e a qualificação das pessoas formam base cultural. “Não temos incentivo nenhum. A única cultura conhecida é a do futebol.”

Gibis para escolas

A Secretaria de Educação adquiriu 1.350 gibis para as escolas municipais ao valor de R$ 8.820. Também foi adquirida brinquedoteca para alunos das escolas infantis públicas e particulares. Foram aplicados R$ 83 mil da aquisição dos conjuntos neste ano.

Acessibilidade e conforto

Em Paverama, cidade com 7,5 mil habitantes, a situação é outra. Em 2006, foi inaugurada a biblioteca municipal, com acervo superior a cinco mil exemplares. Além disso, o espaço tem equipamentos de informática para pesquisa. O ambiente é climatizado, tem rampas de acesso e portas com funções para deficientes físicos e sala de leitura convidativa. Os livros podem ser retirados por empréstimo toda semana, sem custos.

Conforme a secretária da Educação e Cultura, Rosicler Flach, são locados 200 livros por mês. Os principais interessados são os alunos. Investimentos em reformas ocorrem todo ano. “Isso aumenta as possibilidades de leitura dos munícipes, ampliando os horizontes do conhecimento e cultura”, diz.

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