Bebê de três dias morre engasgada

Lajeado

Bebê de três dias morre engasgada

Menina se afogou após amamentação. Fato aconteceu no dia 22, no bairro Moinhos

A morte de uma recém-nascida, no bairro Moinhos, reacende a necessidade de cuidados durante a amamentação. O fato aconteceu nessa terça-feira. De acordo com o registro de ocorrência, às 8h15min, a mãe havia dado de mamar à criança e depois a colocou para dormir na cama do casal, entre os dois. Quando acordaram, a menina não respirava.

A decisão de deixar bebês dormir entre adultos é reprovada pelo enfermeiro João Kist. Além do afogamento, ele ressalta o risco de asfixia por cobertas ou pelo próprio corpo dos pais. “Não é aconselhável. Após a criança mamar, o ideal é aguardar o bebê arrotar e só depois de 15 a 20 minutos deitaá-lo no berço. O melhor é sempre com a cabeça de lado para evitar afogamentos.”

Com experiência em atendimentos de socorro, Kist destaca a importância dos primeiros dez minutos para o sucesso das ações. Só neste ano, contabiliza cerca cinco casos de engasgamento ou afogamento de crianças atendidos. Em todos, as orientações repassadas por telefone foram suficientes para garantir que a vítima voltasse a respirar.

De acordo com ele, para casos envolvendo alimentos ou outro tipo de itens ou objetos é recomendado o uso da Manobra de Heimlich (veja ilustração). O procedimento pode ser usado de forma adaptada para adultos, crianças ou bebês. “Quanto mais rápido conseguir desobstruir as vias aéreas e garantir a respiração, melhor.”

A agilidade relatada por Kist já ajudou a salvar vidas na região. Em novembro de 2014, A Hora publicou o salvamento feito com a ajuda de orientações de um policial repassadas por telefone. Caso semelhante aconteceu em Estrela, em setembro deste ano.

Morte acidental

Segundo o delegado Juliano Stobbe, é provável que a vítima tenha morrido por afogamento com o leite materno. Após a perícia, resíduos do líquido foram constatados no pulmão da criança. O caso, afirma, deve continuar sendo apurado e um laudo deve ser emitido pelo Instituto Geral de Perícia (IGP) na próxima semana.

Ele classifica o fato como um acidente e, apesar de não lembrar de mortes do tipo desde junho deste ano, elas são comuns. Entre as principais causas, indica a falta de experiência ou a negligência. Após não terem sido encontrados indícios de asfixia, a tendência, de acordo com o delegado, é de que os pais respondam por inquérito por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

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