A semana do Natal é a mais esperada pelos comerciantes. Além do apelo da data, a injeção de dinheiro na economia causada pelo pagamento do 13º salário resulta em mais movimento e vendas. O período é decisivo para o desempenho do setor, ainda mais em um ano de dificuldades como 2015.
Conforme o presidente da CDL Lajeado, Daniel Dulius, nesse fim de semana, já foi possível perceber melhora nas vendas do varejo. Segundo ele, os resultados iniciais são positivos e podem melhor devido à maior quantidade de dias que antecedem o Natal em relação a anos anteriores.
Neste ano, a segunda parcela do 13º foi depositada dois dias antes do habitual. Como o dia 20 caiu em um domingo, os valores foram depositados na sexta-feira, 18. “Também teremos um dia a mais de vendas em relação ao ano passado, quando a véspera do Natal caiu em uma quarta-feira.”
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Durante a semana, o horário comercial será estendido para atender a demanda dos consumidores. De acordo com Dullius, clientes devem antecipar as compras para evitar o movimento de véspera do Natal e garantir melhores produtos.
Para o presidente da CDL, 2015 foi difícil para a maior parte da população. Segundo Dullius, as pessoas controlaram os gastos durante o ano e contavam com o pagamento do 13º salário para realizar as compras de fim de ano. Conforme o dirigente, o setor ficará satisfeito caso as vendas do período alcancem o mesmo patamar de 2014.
Gastos reduzidos
Mãe de dois filhos, Dirlene de Carvalho, 37, apertou o orçamento das compras de Natal. Os motivos seriam as dificuldades para obtenção de emprego e renda, além do aumento do custo de vida e dos preços dos presentes. “Ano passado tive como gastar mais. Neste ano, teremos que nos contentar com menos.”
A advogada Caroline Agnoletto, 35, definiu o mesmo orçamento do ano passado para gastar com presentes para os dois filhos. Porém neste ano investe mais tempo em pesquisa para assegurar uma boa compra. “Com criança não tem crise.”
Com pretensão de gastar entre R$ 75 e R$ 100 com cada filho, se disse surpresa com o movimento no comércio e percebe que alguns produtos sumiram das prateleiras. “Tinha combinado um presente para minha filha já não encontro em nenhum lugar.”
Na família da estudante Bruna dos Santos, 21, a escolha deste fim de ano foi pela economia. “Vamos gastar apenas com o que for realmente necessário”, afirma. Segundo ela, o objetivo é investir em uma viagem de férias.
Projeções positivas
O empresário Volmar Parise, 50, afirma que as vendas estão seguindo a tendência dos anos anteriores com relação à data das compras. “As pessoas costumam deixar sempre para a última hora.”
Conforme Parise, o movimento de 2015 reflete o momento econômico do país, com os consumidores escolhendo produtos mais baratos em relação ao ano passado. Também percebe redução na procura de itens para amigo- secreto. “As pessoas estão priorizando a família, principalmente as crianças.”
Proprietário de uma joalheria, Maurel Lenz também prevê resultados semelhantes aos de 2014. Para ele, os empresários precisam se adaptar às novas realidades do mercado para assegurar os patamares de venda. “Investimos em promoções, com produtos de qualidade e preços competitivos.”
Conforme Lenz, apesar de 2015 ter sido difícil para o setor, muitas oportunidades surgiram para quem se preparou. Na sua avaliação, gestores que tiveram atitude e focaram as atenções nas necessidades dos clientes alcançaram bons resultados.
Vendedor em uma loja de artigos esportivos, Marcos Flach aponta crescimento nos negócios da empresa. “Muita gente reclama das vendas, mas nosso ano foi muito bom e dezembro está superando todas as expectativas.” Segundo Flach, os clientes anteciparam grande parte das compras de Natal. “Estamos vendendo acima da média desde o início do mês.”
