A Cooperativa Languiru, de Teutônia, forma hoje a primeira turma de 39 jovens participantes do curso de Formação Gerencial de Sucessores da Agricultura Familiar. A solenidade ocorre a partir das 20h, na Sede Social da Associação dos Funcionários.
Segundo o consultor em Gestão de Empreendimentos Rurais e em Pesquisa, Lucildo Ahlert, as atividades iniciaram no dia 1º de novembro de 2013.
Nos encontros mensais, foram abordados temas como: produção agropecuária e características de gestão; tecnologias de informações gerenciais; gestão patrimonial, de custos, de resultados, de projetos, financeira, de pessoas e da sucessão; associativismo, cooperativismo e alianças estratégicas. Também ocorreram visitas técnicas às unidades industriais da Languiru e cooperativa coirmã do Paraná.
Ahlert ressalta a importância do planejamento e da necessidade de quebrar paradigmas. “É fundamental o entendimento entre as diferentes gerações de produtores. Os filhos precisam participar dos negócios e, mais do que o trabalho físico, também dos lucros.”
De acordo com o presidente Dirceu Bayer, trata-se de projeto inédito, desenvolvido com o propósito de profissionalizar jovens produtores e encaminhá-los para a sucessão no comando das propriedades. “Esta é uma oportunidade para todos crescerem juntos, com conhecimento técnico, gerencial e administrativo, promovendo a melhora dos índices de produtividade e formando novos líderes.”
Para Bayer, a formatura é um evento histórico nos 60 anos da entidade. “Renovamos um capital precioso, que são as pessoas.”
O vice-presidente Renato Kreimeier enaltece a fidelidade dos associados e os define como o maior “patrimônio” da cooperativa. Enfatiza que uma gestão qualificada é importante para o êxito de uma propriedade.
“Uma cooperativa só é forte se gerida por pessoas com conhecimento, por isso, estamos muito contentes em ver cada um desses jovens se qualificando com esse curso. Uma pessoa empreendedora sempre procura novos conhecimentos.”
Conhecimento
Entre os formandos, está Paulo Roberto Birck, de Estrela. Ele destaca a importância da profissionalização da atividade. “As propriedades são empresas que precisam ser geridas e organizadas, em que se tenha o controle financeiro de tudo.”
Recorda que na década de 80 a família tinha dez vacas. O solo estava desgastado e a produtividade era baixa. Com a ajuda do irmão e dos pais, a infraestrutura foi modernizada. Em 1994, o rebanho de 21 vacas foi diagnosticado com tuberculose e foi sacrificado.
Era preciso recomeçar, mas com foco em sanidade e genética. Novilhas de alta linhagem foram compradas do Uruguai. Três anos após, foi construída uma sala de ordenha. “Percebemos que para aumentar o lucro e diminuir os custos precisaríamos ter uma boa gestão e tecnologia. A produtividade saltou para 22 litros por animal.”
Paulo afirma que o cooperativismo tem muito a ver com o crescimento da atividade. “Temos assistência técnica, oferta de crédito, preço justo e participação nas sobras, o que equivale ao 13º salário na lavoura.”
Destaca que as cooperativas ajudam a transformar o colono em empresário, aliando conhecimento com foco na gestão, dando a possibilidade de os filhos darem continuidade ao trabalho iniciado pelos antepassados. “Os jovens não querem tomar o lugar dos pais, mas se unir a eles e construir juntos.”
