Como perpetuar o espírito natalino

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Como perpetuar o espírito natalino

A mudança de comportamento da sociedade costuma ser restrita às poucas semanas que antecedem ou sucedem o Natal. Alimentadas pelo marketing massivo, as pessoas costumam ficar sensíveis e se tornam solidárias. Mas, ao passar esta época, costumam voltar à rotina e esquecer das ações caridosas.

Como perpetuar o espírito natalino
oktober-2024

Mais do que uma troca de presentes, o Natal evoca sentimentos fraternos e parece aproximar as pessoas. O espírito natalino invade corações solidários, que fazem a alegria dos menos abastados. Mas o fenômeno chama a atenção por acometer as pessoas somente uma vez por ano.

Segundo a psicóloga Clarissa Pasqualotto, o Natal, por meio de costumes e rituais, traz carga de deveres como: resolver brigas entre familiares ou amigos, definir situações pendentes e também fazer o bem. O “espírito natalino” é subjetivo, diz ela. Pertence a cada um e é interpretado e vivido de diferentes maneiras. “O intuito é se redimir de determinados acontecimentos do ano.”

Para Astrid Lenhart, sócia-diretora de Desenvolvimento da Human Excellence Center, muitos estão voltados para si, suas famílias e trabalhos durante o ano todo. Por isso, quando o Natal se aproxima, ficam mais sensíveis. O resultado é querer ajudar o próximo, oferecer algo aos necessitados e tornar a data mais feliz.

Mas como em um “passe de mágica” essa sensibilidade desaparece após o Natal. Com a correria da rotina, a maioria não se volta ao seu interior, diz Astrid. Ao chegar a data, percebem que mais um ano será finalizado. Junto disso, vem a sensação de não ter feito tudo o que queriam. “Surge um sentimento de melancolia, tristeza, pois não conseguem ter de volta o tempo perdido.” Para compensar, sentem que devem ajudar o próximo e amenizar os sentimentos.

Fazer o bem o ano inteiro

O Rotaract Lajeado Integração tem 14 anos de existência. Há dez organiza o Projeto Presépio Solidário. Os locais contemplados são indicados por conhecidos. Em escolas, depois do contato com os diretores, escolhem crianças com até 10 anos, dependendo das séries disponíveis. Os professores pedem aos alunos que escrevam suas cartas. As opções de presentes são brinquedos, material escolar, comida ou roupas. As doações vêm de padrinhos.

Neste ano, escolheram duas escolas: Pedro Welter e São João Bosco. Segundo Maiara Zagonel, presidente do Rotaract Lajeado Integração, foram 155 crianças contempladas. No começo deste mês, ainda realizaram ação na Vovolar. Doaram um kit com toalhas, cremes e flor para cada idoso.

Para Darlan Bald, um dos integrantes do Rotaract Lajeado Integração, ver pessoas que talvez não fossem ganhar nada recebendo uma lembrança é um momento único. Os presentes são sempre cheios de carinho. “Nesta época, as pessoas estão mais propensas a ajudar.”

Durante o ano inteiro, os voluntários realizam ações em prol da comunidade, conta Maiara. No Dia das Crianças, promovem projeto para dar um dia diferente aos pequenos. “Os levamos para fora do ambiente onde vivem, para conhecerem outros lugares.”

Neste ano, ainda organizaram o Projeto Caixa dos Sonhos. Foram escolhidas 20 crianças carentes. Cada uma recebeu apadrinhamento de um desconhecido durante um semestre. “Foram colocadas caixas na casa das crianças, com presentes como roupas, calçados e comida.” No fim de novembro, promoveram almoço para padrinhos e afilhados se conhecerem. “Foi um momento lindo”, define Maiara.

A psicóloga Clarissa Pasqualotto fala sobre a importância de se iniciar uma corrente de solidariedade.
A Hora – Muitas pessoas realizam atos solidários em grupo no Natal. Se for dado o primeiro passo, é possível criar uma corrente de caridade?
Clarissa – Sem dúvidas, há pessoas com enormes desejos de fazer algo por alguém, mas sentem-se sozinhas nesse movimento. Essas iniciativas, quando acontecem em grupo, produzem efeitos deslumbrantes e reflexos ainda maiores. Poder agir e sentir em conjunto, compartilhar sensações e prazeres, sem dúvida, transforma aquele momento em algo ainda mais grandioso.DSC_2597 copy - CópiaAstrid Lenhart, sócia-diretora de Desenvolvimento da Human Excellence Center, comenta que ajudar o próximo faz bem.
A Hora – Afinal, por que as pessoas realizam atos solidários?
Astrid – Faz bem ajudar o próximo. Aquele que ajuda é o maior recompensado. Ao praticar o bem, o coração se preenche de amor. E falo aqui do verdadeiro amor, incondicional, que não vê separações e diferenças. Praticar o bem ao próximo é, em primeiro lugar, a prática do bem consigo mesmo. Quando temos algo a oferecer ao outro, é sinal de que temos algo a oferecer a nós mesmos.

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Rock e solidariedade

Do hábito de frequentar um bar de rock em Lajeado nasceu motivação para atos solidários. Um grupo resolveu ocupar seu tempo livre para, além de apreciar o estilo musical, demonstrar uma outra vertente da atitude rock and roll por meio do Clube do Rock.
Com um show beneficente, arrecadaram mais de 250 quilos de alimentos para o Lar do Idoso Tabita neste ano. A iniciativa foi um sucesso, conta Tiago José Kuhn, mais conhecido como “Tj”, promotor de eventos do clube. “Ano passado fizemos ações para crianças, por isso, neste ano resolvemos ajudar os idosos.” Dentre as instituições sugeridas, o lar Tabita era o mais necessitado, relata.

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