Abaixo-assinado exige ginecologista

Bom Retiro do Sul

Abaixo-assinado exige ginecologista

Falta de especialista no Hospital de Caridade Sant’Ana perdura faz três anos

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Abaixo-assinado exige ginecologista
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Mais de 600 pessoas aderiram à manifesto cobrando a contratação de um médico ginecologista para atuar no Hospital de Caridade Sant’Ana. O abaixo-assinado foi apresentado na sessão da câmara nessa terça-feira, pelo vereador Leur Faleiro (PMDB).

Conforme Faleiro, há três anos que nenhum especialista na área atua na cidade. Segundo ele, as 93 gestantes registradas no último mês foram atendidas por um clínico-geral. O documento ainda indica o nome de um profissional para a função.

De acordo com o vereador, a administração municipal descumpre a lei ao não disponibilizar o ginecologista. O abaixo-assinado será entregue ao prefeito Pedro Wermann e à direção do hospital. A ausência de um profissional especializado é confirmada pela diretora do hospital, Simone Diedrich. Segundo ela, a instituição tenta, sem sucesso, incluir ginecologistas em seu quadro há pelo menos dois anos.

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“Oferecemos infraestrutura e consultório, mas é muito difícil atrair profissionais com interesse em se estabelecer em cidades pequenas”, afirma. Conforme Simone, a demanda não comporta o pagamento exigido pelos especialistas para se manter na cidade.

Em média, nascem dez bebês por mês em Bom Retiro do Sul. Segundo a diretora, o número não é o suficiente para competir com propostas de trabalho que incluam o pagamento de sobreaviso, por exemplo. “O hospital está aberto, fomos atrás de profissionais e alguns vieram conhecer a estrutura, mas as propostas não atenderam a expectativa de receita deles.”

Simone confirma a realização do atendimento por um clínico- geral. Segundo ela, é um profissional com larga experiência nos procedimentos e que vive faz muitos anos na cidade.  No caso dos partos por cirurgia, é formada uma equipe com esse profissional e mais um pediatra, um anestesista e um auxiliar. Caso um desses profissionais se ausente para férias ou motivos de saúde, o hospital contata com substitutos ou transfere o atendimento para o Hospital Estrela.

“Temos um sistema organizado. Jamais deixamos a gestante correr risco”, assegura. Mesmo assim, afirma entender e compartilhar o anseio da população. Conforme Simone, a instituição chega a perder pacientes para outros hospitais pela falta de um ginecologista.

Concurso público

De acordo com o secretário da Saúde, Carlos Alberto Santos Júnior, o município organizou diversos processos seletivos para a função ao longo dos anos. Parte dos concursos não teve interessados. “O último médico contratado abriu mão no fim de 2014. Desde então, não conseguimos substituto.”

Um novo processo seletivo foi aberto neste ano, com a aprovação de um profissional. Conforme Júnior, a contratação deverá ocorrer entre janeiro e fevereiro. “Não pudemos contratar neste ano porque estouraria o limite de gastos com a folha de pagamentos definida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.”

Outros empecilhos foram os atrasos de repasses do governo estadual. Segundo o secretário, o Piratini deve R$ 400 mil ao município na área da saúde. Mesmo assim, assegura que o atendimento às gestantes é realizado de forma adequada.

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