Dívida do Estado compromete atendimento

Vale do Taquari

Dívida do Estado compromete atendimento

Serviço do Samu depende da verba de R$ 843 mil em atraso desde setembro

Dívida do Estado compromete atendimento

O atraso de repasses do Estado obriga profissionais a trabalhar como voluntários. Desde novembro, o quadro funcional do Samu está sem receber salário. O Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (Consisa) aguarda posicionamento do governo até o dia 15. A omissão resulta em mobilização regional. Líderes locais pretendem agendar audiência na Secretaria Estadual de Saúde, em Porto Alegre.

Os recursos para o pagamento dos funcionários do Samu deveriam ser encaminhados ao Fundo Municipal de Estrela, Teutônia, Arvorezinha, Encantado e Lajeado. Depois são destinados ao Consisa que encaminha à prestadora do serviço.

Desde o início do ano, os valores foram depositados de forma irregular. Em agosto, o salário foi parcelado e demorou 21 dias para chegar completo aos funcionários. Hoje o déficit é de R$ 843 mil referente aos meses de maio, setembro, outubro e novembro.

A maior parcela da dívida do Estado é com Lajeado. O município mantém base avançada com UTI e a dívida chega a R$ 700 mil. O serviço ocorre durante 24 horas feito por cinco médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e motoristas. A equipe auxilia no transporte de pacientes para hospitais com leitos disponíveis na UTI.

O investimento para manter o atendimento nas cinco cidades chega a R$ 308 mil por mês. Desse valor, R$ 141 são oriundos do Estado e o restante da União e das cidades. O custo com medicamentos, combustível e manutenção dos veículos chega a R$ 25 mil por mês.

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De acordo com o secretário executivo do Consisa, Nilton Rolante, o Samu da região é o único no estado que atua 24 horas. A região tem 75 profissionais no serviço e registra 500 atendimentos por mês, distribuídos pelas cinco bases. A negativa do Estado, diz Rolante, transmite a responsabilidade para os municípios. A desistência do sistema obriga as administrações a custearem os serviços de emergência e urgência, diz.

A Fundação Araucária presta o serviço desde 2010 e é responsável pelo pagamento dos funcionários. O Consisa abriu contrato emergencial para atender a demanda, mas a contratação efetiva depende de resposta do Estado.

Ano de incertezas

Desde janeiro, o Consisa registra atrasos nos repasses para o custeio do Samu na região. Com a troca de governo, o pagamento dos últimos meses de 2014 foi protelado. Nos primeiros meses, o salário da equipe, a manutenção das ambulâncias e a compra dos materiais de expediente foram mantidos com o fundo reserva do consórcio.

O Samu atende chamados todos os dias. Desde o fim do modelo de pedágios privados, os casos de acidentes nas rodovias foram repassados às equipes. No ano passado, as seis unidades contabilizaram 5.499 atendimentos, uma média de 15 por dia.

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