Carnes oneram ceias de Natal e Réveillon

Fim de ano

Carnes oneram ceias de Natal e Réveillon

Produtos típicos desta época estão 8,5% mais caros em relação ao ano passado

Carnes oneram ceias de Natal e Réveillon
oktober-2024

Itens mais vendidos pelos supermercados gaúchos para as festas de fim de ano, as carnes são as principais responsáveis por inflacionar as celebrações de Natal e Réveillon. Aves natalinas devem ficar entre 5 e 12% mais caras em relação ao ano passado, enquanto a carne bovina acumula alta de 12,5% neste período. No geral, segundo projeção da Agas, a média de valor dos produtos típicos da época apresenta 8,5% de elevação.

O aumento no preço das carnes está atrelado a três principais fatores: maior demanda do mercado interno, alta do dólar e ampliação das exportações. Desde o primeiro semestre, o governo federal estreita relações com outros países para impulsionar as vendas, entre eles, Argentina, Estados Unidos e Japão. Dessa forma, o produto acaba encarecendo no país.

Em decorrência da valorização da moeda norte-americana, as bebidas também devem contabilizar aumentos acima da inflação nas festividades. De acordo com estimativa da Agas, vinhos importados devem ficar 10,8% mais caros em relação ao ano passado, enquanto refrigerantes sobem 9,1%.

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Apesar desses fatores, a associação projeta maior movimento nos supermercados gaúchos neste ano. O incremento nas vendas de Natal e Ano-Novo deve ficar na casa dos 8,8%, conforme estudo encomendado pela Agas ao Instituto Methodus.

A pesquisa indica ainda que 93,7% dos consumidores pretendem comprar produtos para as ceias no segmento. De acordo com o presidente, Antônio Cesa Longo, o endividamento dos consumidores faz com que a tendência seja de busca por itens mais baratos e compras à vista.

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Nessa condição está a família de Romilda Cima de Castro, 68, moradora do centro de Lajeado. Mesmo com preços maiores, não descarta comprar um chester para ceia natalina. “É algo tradicional, que compramos apenas uma vez ao longo do ano inteiro. Mas será preciso equilibrar as contas de outra forma.”

Em busca de economia, Romilda prefere antecipar as compras. “Não podemos deixar para os últimos dias. Do contrário, tudo fica inflacionado.” Ontem, a aposentada foi a um supermercado da cidade para garantir um chester ao preço de R$ 14 o quilo.

Preço não baixa consumo

Assim como na família de Romilda, a grande maioria dos consumidores gaúchos não pretende abrir mão das aves na ceia natalina. De acordo com estudo da Agas, 67,8% considera essencial servir peru, chester ou pernil na festa de Natal.

Antônio Cesa Longo observa que os valores podem ficar mais altos quando a ave tem valor agregado, como aquelas temperadas ou com outras especiarias. Mas tais aves devem apresentar o menor reajuste em relação a 2014. “O reajuste médio das mais nobres deve ficar em 5%, enquanto daquelas que custam até R$ 10 o quilo, chegar a 12%”, avalia.

De acordo com o levantamento, ainda que 46% dos consumidores pretendam gastar menos neste fim de ano, o setor supermercadista aumentará de 49,9% para 52,2% a participação média no total gasto pelos gaúchos em suas festas de fim de ano. O gasto médio de cada pessoa deve ficar em R$ 315,22, no caso de presentes, e R$ 345,09, em produtos alimentícios, decoração e bebidas para as festas.

Indispensáveis

A pesquisa Natal e Ano-Novo, encomendada pela Agas, listou ainda os produtos de maior preferência dos consumidores para as ceias. Foram ouvidas 200 pessoas entre 18 e 70 anos de diferentes classes sociais. No caso do Natal, o peru segue como prioridade. Mas no Réveillon a lentilha superou, pela primeira vez, o espumante.

Natal: peru/chester/pernil (67,8%), carne bovina (10,2%), panetone (7,6%), cerveja (4,2%), espumante (1,7%), saladas 1,7% e outros (6,8).
Réveillon: lentilha (35,6%), espumante (19,5%), carne suína (16,9%), carne bovina (12,7%), cerveja (3,4%), peru/chester/pernil (3,4%) e outros (8,5%).

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