O PT não conta mais com o apoio do PMDB na administração municipal. A decisão pelo rompimento foi confirmada ontem, durante reunião do diretório local. Hoje a decisão será formalizada. Com o desligamento, o partido perderá 32 cargos comissionados (CCs) ocupados hoje no Executivo por servidores filiados. A intenção do presidente Celso Cervi é indicar o concorrente a prefeito em 2016.
Com a decisão, os secretários de Agricultura (Seaab), Ricardo Giovanella; de Obras e Serviços Urbanos (Sosur), Adi Cerutti; e de Administração (Sead), Fernanda Cervi; devem deixar os postos. Cerutti deve voltar ao Legislativo. Para os CCs, o prazo instituído para decisão de se manter no governo ou no PMDB é o dia 31 de dezembro.
A decisão desagrada a direção municipal do PT. Antes da reunião de ontem, o presidente, Ricardo Ewald, ainda contava com o apoio peemedebista em 2016. “O PT trabalha para manter a coligação que elegeu o prefeito em 2012, e busca novos partidos. Queremos o PMDB conosco”, afirmou.
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Esse rompimento vinha sendo anunciado desde setembro de 2014, quando iniciaram os rumores sobre o descontentamento do diretório do PMDB com a pouca participação do partido nas decisões do Executivo. Na época, ele descartou qualquer possibilidade de rompimento. Disse que a intenção, naquele momento, era se “reaproximar” do PT.
Em novembro do ano passado, o desgaste entre os partidos aumentou quando o PMDB descumpriu acordo informal na câmara de vereadores, que previa presidentes intercalados a cada ano. Com a decisão, o PT não pôde indicar o chefe do Legislativo para o exercício atual, sob risco de perder o apoio peemedebista.
Também no fim do ano passado, o PMDB encaminhou lista de reivindicações ao PT, como premissa para manter a coligação. Entre os pedidos, a criação de um conselho político, formado por um vereador de cada partido da base aliada, e um secretário de cada sigla, além do prefeito e do vice.
O documento solicitava ainda que o presidente petista Ricardo Ewald passasse a ser o interlocutor do partido nas relações com os demais coligados e vereadores da base do governo. O PMDB não queria que tal posto seguisse com o secretário de Governo, Auri Heisser, e questionava alguns contratos firmados pelo Executivo.Entre eles, a gestão da UPA e o estacionamento rotativo.
As divergências persistiram durante todo 2015, com fortes críticas direcionadas pelos vereadores do PMDB contra o Executivo. Carlos Ranzi (PMDB) e Djalmo da Rosa (PMDB) foram os mais críticos nesse período, mesmo após os integrantes da base governista assinarem outro acordo prevendo menos ataques ao governo de Luís Fernando Schmidt.