Na contramão da supervalorização do aspecto comercial do Natal, o funileiro, Edemar Immich, 61, dá um exemplo de valorização do verdadeiro significado da data. Na sexta-feira, 11, a aldeia de Natal que ele montou ao redor da própria casa, localizada no bairro Conventos, 500 metros depois do posto da Polícia Rodoviária Federal, será aberta para visitação.
A área de 350 metros quadrados é decorada por mais de 80 mil lâmpadas, alimentadas por uma rede elétrica com mais de nove quilômetros de cabos. Além de cerca de 1, 5 mil estrelas espalhadas por todo o terreno, a estrutura é composta por uma minicidade e cenários temáticos.
Réplicas de castelos, salões de baile, corredores iluminados, tanques de peixes, rodas d’água se baseiam na temática natalina para encantar os visitantes. Mas, de acordo com Immich, assim que termina de montar uma maquete, novas ideias surgem.
Neste ano, a banda de noéis mudou de lugar e ganhou mais integrantes, e a casa do Papai Noel foi ampliada. Um dos destaques fica por conta das obras para melhorar o acesso ao local, o trânsito de pessoas e de veículos dentro da propriedade.
Conforme Immich, a via que os veículos percorrem até estacionar recebeu melhorias, e o estacionamento foi ampliado. O espaço que fica em frente à entrada principal da aldeia ainda está disponível. Um novo caminho contorna a aldeia e leva até o alto do morro. Dessa forma, o estacionamento dispõe de espaço para mil carros.
Immich mantém a discrição e não revela quanto gastou nas ampliações. Apenas diz que não se importa de tirar dinheiro do próprio bolso.
Para ele, as comemorações de fim de ano têm perdido o verdadeiro sentido. “Se cada pai trouxer os filhos aqui pra se divertir, e eles forem embora como uma família mais unida eu já fico feliz”, revela.
Em 2014, o espaço que foi criado há sete anos recebeu mais de 45 mil visitantes em um mês. As reformas deste ano foram feitas em função da expectativa do aumento desse número. Uma série de apresentações artísticas está prevista, começando pelo show da Orquestra de Consertos de Lajeado (Oclaje), no sábado, 12, a partir das 21h30min.
Superação
Antes de ser conhecido como inventor, Immich passou por uma superação pessoal. Há 20 anos, venceu o alcoolismo. Ele conta que a dependência provocou diversos problemas. Por vezes, sentiu medo de perder a família. O artesanato surgiu como uma terapia. “Começou como uma brincadeira, mas foi o que mais me ajudou a me recuperar”, revela.
De acordo com ele, o pagamento para o trabalho que ajudou a salvar a relação com a família está na ajuda que recebe de voluntários. Ele também destaca o apoio recebido pelo reforço no fornecimento de energia elétrica de Certel. Para o próximo Natal, almeja construir uma árvore com 30 metros.
