Preocupados com a proliferação do mosquito da dengue, moradores do centro se mobilizam contra o acúmulo de água parada na piscina de uma casa abandonada. A moradia fica na rua Borges de Medeiros, próxima de dois prédios residenciais.
De acordo com a representante dos moradores, Viviane Ferreira, quando ainda havia habitantes na casa o aspecto da água da piscina já causava preocupação. Porém a situação teria piorado após o imóvel ficar vazio, há cerca de seis meses. “A quantidade de insetos, como mosquitos e varejeiras é muito grande.”
Ao ligar para a administração pública, Viviane descobriu que mais pessoas haviam reclamado do problema. Ela diz ter procurado o vice-prefeito e vereadores para relatar o ocorrido. “Disseram que interviriam, mas até agora nada foi feito”, reclama. Segundo a estudante, a preocupação é maior devido às campanhas de prevenção contra o mosquito da dengue.
“Vivemos com os apartamentos trancados para não permitir a entrada dos insetos”, relata. Viviane reclama da inércia da administração municipal em resolver o problema e cobra que o município ingresse na Justiça contra os proprietários.
Imóvel leiloado
Enfermeira da Vigilância em Saúde, Carmem Hentsche confirma as alegações da comunidade. Segundo ela, a casa abandonada foi a leilão. Porém a pessoa que arrematou o imóvel não pagou. “Continua no nome da antiga proprietária, que se comprometeu em retirar a água”, afirma. Carmem diz que o problema deveria ter sido resolvido no dia 23 de novembro, mas a empresa contratada para o serviço não teria comparecido.
Conforme a enfermeira, os responsáveis devem se deslocar hoje para o local para avaliar como farão o esvaziamento da piscina.
Segundo ela, apesar das reclamações, a vigilância não pode invadir o local ou aplicar multa por se tratar de uma propriedade privada e residencial. “Estamos aguardando porque não podemos fazer nada além do que já foi feito.”
Carmem alega entender a preocupação dos vizinhos, mas afirma que o local não é considerado um potencial criador de mosquitos da dengue. Segundo ela, no estado em que se encontra a piscina, o aedes aegypti não consegue se reproduzir. “A água podre favorece outros mosquitos e pernilongos.”
Conforme Carmem, como não há moradores na residência, não existe alimento para a procriação de outras pragas.
Diferença entre mosquitos
Aedes aegypti
Responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika, febre amarela e chikungunya.
Se reproduz apenas em água limpa. As larvas não sobrevivem em reservatórios com dejetos e matéria orgânica.
Culex quinquefaciatus
Pernilongo doméstico comum. Não transmite o vírus da dengue, mas é o principal vetor da filariose, conhecida como elefantíase. Também pode transmitir encefalite. Se reproduz em águas turvas, esgotos, valões e outros depósitos poluídos.
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz