Os gaúchos estão vivendo mais. A constatação é de pesquisa do IBGE divulgada nessa terça-feira, 1º. Conforme o estudo, a expectativa de vida média da população do estado chegou a 77,2 anos em 2014. São dois anos a mais do que a média do brasileiro e mais de 30 acima do registrado em 1940, no início da série histórica.
O aumento ocasiona em mais procura por atividades físicas, culturais e de lazer à terceira idade. Professor de Educação Física, com 12 anos de atuação na área, Jorge Saibro afirma que os alunos idosos valorizam a independência. Para isso, precisam estar bem de saúde.
Segundo ele, o público com mais de 60 anos busca o fortalecimento muscular para ajudar em atividades diárias, que vão desde amarrar o tênis, colocar uma roupa, até brincar com os netos. “Não querem mais ficar dependentes dos outros, por isso, procuram melhorar a qualidade de vida.”
Para Saibro, como a qualidade de vida está em evidência na sociedade contemporânea, os idosos estão procurando mais as academias. “Quando comecei na profissão, eram poucas pessoas com mais de 60 anos malhando. Começou a mudar com as campanhas nos meios de comunicação sobre o tema.”
O professor alerta para a necessidade de procurar orientação médica antes de iniciar qualquer exercício físico. Ressalta a importância de buscar academias com profissionais credenciados e qualificados para lidar com a faixa etária.
Segundo Saibro, a orientação adequada evita lesões e outros problemas mais graves. “Também é importante começar o quanto antes, pois o tempo não para”, frisa. Seguindo todas as recomendações, diz, é possível alcançar melhorias significativas na qualidade de vida com a prática de exercícios.
Malhação contra dores
Quem vê Lovani Bioen na academia não imagina a idade da lajeadense. Aos 64 anos, ela encontra na atividade física uma maneira de manter a saúde em dia e relata ter praticado exercícios por quase toda a vida. “Quando parei por um tempo, comecei a sentir dores nas articulações, o que me fez voltar para a academia.”
Se há alguns anos era uma das poucas senhoras nas turmas de malhação, hoje percebe que amigas e vizinhas também se dedicam a algum tipo de exercício. “São poucas que não fazem nada. A maioria das pessoas da minha idade integra turmas de hidroginástica, yoga, musculação ou dança.”
Lembra de amigas com início de sintomas de osteoporose que se recuperaram por meio das atividades físicas. Para ela, os exercícios são responsáveis por 50% da melhora na qualidade de vida da população da terceira idade. “Eu recomendo a todas as pessoas que conheço, independente da idade.”
[bloco 1]
Atividades variadas
Facilitadora do grupo Maturidade Ativa do Sesc Lajeado, Débora Mallmann Nonnenmacher relata maior procura pelo serviço que hoje recebe 130 pessoas com mais de 60 anos.
“Percebemos que muitos idosos procuram companhia e não querem ficar em casa, mas também não gostam de obrigações”, aponta. Segundo ela, atividades como viagens, cinema, teatro e ações beneficentes estão entre as preferidas no grupo que se reúne de maneira periódica.
Na semana passada, 24 idosos de Lajeado participaram da Convenção Estadual do Maturidade Ativa, que reuniu 1,4 mil pessoas em Torres.
Durante quatro dias, integraram atividades que tinham como temática a valorização das histórias das cidades de cada grupo.