Proprietários de bazares e papelarias da região projetam média de aumento de 10% no preço dos materiais escolares em 2016. Segundo os lojistas, até novembro, produtos importados ou fabricados com o uso de celulose tiveram acréscimos de até 35% comparando com o primeiro semestre de 2014.
Um estudo, divulgado pela Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), estima que itens de fabricação nacional, como caneta, borracha e massa de modelar ficarão 12% mais caros. Já a alta nos preços de mochilas, lancheiras, estojos e outros artigos licenciados fabricados no exterior ficará entre 20% e 30%.
Ao contrário do retrospecto local, a pesquisa da Afbiae diz que em 2015 a lista básica das escolas teve acréscimo de 10% em relação ao ano anterior. Mas a desvalorização do real e a alta do dólar deixaram mais caros os insumos e a mão de obra usados na produção, o que pode ter deixado os preços de lojas e redes, de médio e pequeno porte, maiores do que a média nacional.
De acordo com a associação, o aumento será maior do que o registrado em anos anteriores, que tem se equiparado aos índices de inflação. Tal mudança pode acarretar ao setor queda de até 10% no volume de vendas. “Ano que vem será acima por causa da desvalorização do câmbio, que tem impacto em toda a cadeia produtiva”, destaca.
Conforme o dono de uma papelaria de Lajeado, Muriel Blau, que entrou nesse ramo em 2015, o cenário atual causa insegurança, pois os fornecedores repassam tanto aumentos periódicos quanto a compensação da inflação e da variação do dólar. O que dificulta o estoque antecipado de produtos, e adia o repasse ao consumidor. “Estamos buscando preços e elaborando estratégias, mas só podemos segurar até um limite”, pondera.
Pesquisa de preço
Segundo o proprietário de um bazar, Volmar Parise, não adianta estocar produtos com antecedência. Para ele, pequenos comerciantes podem se prejudicar ao antecipar um gasto maior do que o planejado para o ano, e nesta época os consumidores priorizam as compras de Natal. “É o velho costume de deixar tudo para a última hora”, comenta.
Parise argumenta que grandes importadores compram produtos por um valor, e acabam pagando um importe maior, em decorrência das variações cambiais. Ele presume que tal procedimento também afeta a indústria nacional, que compra insumos importados.
Mas considera que a conjuntura atual pode favorecer fábricas brasileiras, que trabalham com marcas novas. E diz que as crianças têm preferência por cadernos e fichários de desenhos animados famosos. “Mas se os pais souberem negociar o susto não é tão grande”, conclui.