A administração municipal publicou, nessa terça-feira, edital de licitação para construir a escola de Educação Infantil do bairro Conventos. As propostas devem ser apresentadas ainda neste mês, viabilizando o início das obras para o primeiro trimestre do próximo ano. Com recursos do FNDE, serão investidos cerca de R$ 1,8 milhão.
O dinheiro estava reservado para a construção de um educandário padrão do FNDE, mas como a empresa contratada acabou excluída do processo o recurso passou a ser gerenciado pelo município. A partir disso, o setor de engenharia reformulou o projeto. “Os ambientes são praticamente iguais, porém, na parte de serviços os espaços são mais completos”, aponta a arquiteta da Secretaria de Educação Carina Grizotti.
Serão mais de 1,5 metro quadrados, quase 400 metros a mais que o projeto inicial. Ao invés dos pré-moldados, o município optou pela construção tradicional, de tijolos. O complexo terá capacidade para atender 396 crianças em dois turnos ou 188 em período integral. A escola terá ainda pátio coberto e playground.
Enquanto o novo prédio não sai do papel, o educandário funciona em salas alugadas do Colégio Sinodal Conventos, em espaço insuficiente para atender a demanda. Diversas famílias aguardam por vagas e diante da falta de opção muitas pagam cuidadores ou levam os filhos para creches de outros bairros.
Exemplo disso passa a família de Daniela Verruck. Há dois anos aguarda espaço para os filhos gêmeos Pietro e Bernardo, de 3 anos e 11 meses. Sem receber vagas no educandário, sugeriu ao município lugar em outras instituições, nos bairros Santo André, Campestre e centro. Mesmo assim, continua sem atendimento. “É muito injusto, porque outras pessoas com melhores condições financeiras que nós conseguiram vagas”, destaca Daniela.
Como não conseguiu lugar aos filhos nos primeiros meses de tentativa, precisou parar de trabalhar para cuidá-los. “Mas faz nove meses tive que voltar ao serviço e passei a deixar em uma cuidadora. Só que são R$ 360 por meio dia.”
No próximo ano, Pietro e Bernardo terão idade suficiente para estudar na outra escola do bairro, a São José. Mas em função da grande demanda na instituição Daniela acredita que seus filhos devam continuar na fila.
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Obra deveria estar pronta
O projeto do bairro Conventos integra o plano de escolas do Proinfância, no qual uma série de obras sequer começou. Em setembro, levantamento do Tribunal de Contas do Estado mostrou que são 636 unidades em 433 municípios. Dessas, 59 estavam inacabadas e 178 não haviam começado.
A maior das obras atrasadas está sob responsabilidade da empresa MVC Componentes Plásticos, cujos contratos foram firmados por meio de licitações realizadas pelo governo federal.
A escola do bairro Conventos, por exemplo, deveria ter sido concluída em maio deste ano. Contudo, houve apenas serviço de terraplenagem. Os problemas levaram o município a romper o contrato de construção com a MVC.