O som das festas em uma casa noturna, no centro, levou Gilmar Leipnitz, 70, a registrar boletins de ocorrência e pedir medições do nível sonoro. Apesar da iniciativa, o resultado de um parecer emitido pela Secretaria de Meio Ambiente e entregue ontem sugere adaptações acústicas para o estabelecimento e para a residência de Leipnitz em um prazo de 60 dias.
Segundo ele, a família convive com a situação faz cerca de dez meses. O problema, afirma, ocorre entre as noites e madrugadas de quinta-feira até sábado. Com dificuldades para dormir, o morador abriu um protocolo em junho pedindo providências da secretaria. No período, também contabiliza boletins de ocorrência registrados na Brigada Militar e na Polícia Civil. Em outubro, o caso foi levado ao Ministério Público (MP).
Antes de pedir interferência da Promotoria, contatou com os responsáveis pelo local, mas afirma não ter percebido mudanças. Leipnitz questiona a decisão emitida nesta semana que cobra adaptações na casa onde vive faz 60 anos. “Estamos cansados, esgotados e quase doentes. Já falamos com o proprietário, que alegou estar dentro da lei.”
Segundo o morador, o ofício enviado pela secretaria é fora de propósito. “Não vou fazer nada. Se quer abrir um negócio, tem que se adequar. Não nós que precisamos fazer reforma para evitar a entrada do som.”
[bloco 1]
Só uma sugestão, diz secretário
Para o secretário José Antunes, apesar do ofício estabelecer medidas e prazos para o denunciante adaptar a residência, o documento não é uma notificação. “Foram recomendações. Não é comum essa sugestão, só em casos excepcionais.”
Confirma a constatação de excesso de barulho. Antunes salienta a cobrança de reforço no isolamento acústico do estabelecimento. Para o secretário, os índices constatados ficam pouco acima dos limites. Ele não soube dizer quantas notificações do tipo existem, mas classifica os casos como pouco comuns.