Campanha propõe reflexão sobre a aids

Prevenção e campanha

Campanha propõe reflexão sobre a aids

Desde o início do ano, 210 pessoas foram diagnosticadas com o vírus HIV no Vale

Campanha propõe reflexão sobre a aids

A estigmatização sobre o diagnóstico do vírus HIV dificulta ações de prevenção e afasta soropositivos do tratamento. Em meio ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, hoje, órgãos de saúde orientam a população da importância de usar preservativos para reduzir o contágio e tentam acabar com o preconceito e medo criados em torno da doença. De janeiro a outubro deste ano, 210 novos casos foram registrados na região.

Conforme o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), de Lajeado e Estrela, são 2.870 soropositivos cadastrados no Vale do Taquari. Apesar disso, enfatiza a coordenadora da unidade de Lajeado, Waldirene Bedinoto, os números tendem a ser muito maiores. “Muitas pessoas têm receio, vergonha de fazer o teste por causa do preconceito. Mas quanto mais cedo descobrir, menor será a taxa de contágio e melhor a qualidade de vida.”

Dos casos registrados pelo SAE Lajeado, destaca Waldirene, a grande maioria foi diagnosticada graças ao trabalho de conscientização por parte dos servidores. Foram cem apenas neste ano. “Precisamos ir para a rua, ao encontro com a sociedade. Do contrário, poucos mostram esse interesse.”
Exemplo disso ocorre desde quinta-feira da semana passada, em atividades integradas ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids. São realizados testes rápidos e entrega de material informativo. Ações específicas ocorreram em boates, pontos de prostituição, no presídio e durante a Balada Segura.

Os agentes voltam às ruas hoje. Ao longo do dia, uma equipe do SAE Lajeado monta um posto em frente ao Posto Faleiro, no centro. Além do trabalho de orientação, são distribuídos preservativos e realizados testes rápidos – um dos grandes ganhos nos últimos dois anos. O resultado, que antes demorava quase um mês, agora sai em menos de 30 minutos.

Neste ano, o enfoque da campanha mundial está sobre homossexuais com idades entre 15 e 24 anos e pertencentes às classes C, D e E. Tal grupo registrou grande alta no número de diagnósticos e deixa órgãos de segurança em apreensão. Apesar disso, Waldirene repudia a classificação por grupos de risco. Todos estão vulneráveis, enfatiza a coordenadora do SAE Lajeado.

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Debate em Estrela

Coordenadora do SAE Estrela, Maria de Lourdes Oliveira Wermann reforça a necessidade dos testes para o diagnóstico precoce. “Apenas assim será possível combater essa epidemia que estamos enfrentando no estado.”

Desde sábado, campanha publicitária busca conscientizar a sociedade sobre a importância dos exames. Hoje, a partir das 8h30min, novas atividades ocorrem na sede da Soges. Das 9h às 11h30min, peça teatral aborda questões relacionadas ao HIV/Aids, sexualidade e gravidez na adolescência. Em seguida, ocorre debate. O evento é destinado às escolas, mas qualquer pessoa pode acompanhar.

Desde o começo do ano, foram identificados 110 novos casos na região atendida pelo SAE Estrela, totalizando 1.702 cadastrados. Apesar disso, apenas 239 pessoas tomam a medicação de forma contínua.

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Dobro da média nacional

A Secretaria Estadual da Saúde divulgou, na sexta-feira passada, o Boletim Epidemiológico 2015, documento que reúne dados de 2014 sobre HIV/Aids e sífilis. Apesar de novos casos terem reduzido, o estado continua com índice duas vezes superior ao nacional. A cada cem mil gaúchos, 38,3 descobriram ser soropositivos em 2014. Enquanto isso, a média nacional é de 19,7.

Pela primeira vez, a publicação foi elaborada pelo governo gaúcho. Secretário da Saúde, João Gabbardo do Reis defende a ampliação e a melhora do acesso ao tratamento, assim como o incentivo aos testes rápidos. Conforme ele, a detecção precoce da contaminação proporciona um tratamento imediato, reduzindo a transmissão da doença.

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