Questionamento de valores morais vira tema de livro

Cultura

Questionamento de valores morais vira tema de livro

Criada em casa religiosa e acolhida em um prostíbulo. Essa é a história de Maria de Lurdes, protagonista do romance de Maiquel Rohrig

Questionamento de valores morais vira tema de livro
oktober-2024

Louvado Seja Deus é o último livro de Maiquel Rohrig, de Estrela, lançado na 61ª Feira do Livro de Porto Alegre. Ex-alunos e amigos prestigiaram o autor e professor. Segundo ele, comprar livros não é hábito no país. Por isso, ver pessoas dispostas a ler a obra de um profissional principiante é emocionante. As críticas e comentários incentivaram. “Para quem lança os primeiros livro, tudo é novidade.”

O romance conta a história de Maria de Lurdes. De família religiosa, ela sofre para aceitar sua verdadeira personalidade. Rejeitada pelo marido e pela família, acaba acolhida pela dona de um prostíbulo. Lá, passa por profundas mudanças e tem a fé testada diariamente.

Neste ano, Rohrig lançou três livros. Além do romance, foram dois volumes de contos. A ideia dos três é a mesma: questionar valores morais norteadores da sociedade. No romance, o foco foi a religião, seus dogmas e proibições.
Já nos contos, aproveitou para criticar imposições do “politicamente correto” na vida das pessoas.

A personagem Maria de Lurdes esteve presente no imaginário do autor por anos. Chegou a escrever contos com ela, mas descartou. O questionamento quanto à religião demandava mais espaço que o tamanho de um conto, reconhece. Depois de encontrar o ritmo de escrita necessário e a coragem para representar honestamente o mundo da prostituição, a história do livro surgiu.

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Difícil caminho

Rohrig começou a escrever aos 7 anos. Uma frase da professora da 1a série marcou. “Ela elogiou um texto meu, disse que eu seria grande escritor.” A docente nem imaginava que a partir daquelas palavras faria nascer um sonho no menino. “Mudou minha vida para sempre.”

Naquele ano, pediu de presente de Natal um caderno. Nele escreveu a primeira história, intitulada O Resgate da Princesa. Depois, vieram mais 16 livros. Enviou cada um para no mínimo três editoras, totalizando 51 cartas. “Recebi somente duas respostas, ambas negativas.” O 18º livro teve publicação paga por Rohrig. “Este parecia bom e eu não suportaria vê-lo rejeitado.”

O mercado editorial não funciona como nos sonhos de criança, lamenta Rohrig. Segundo ele, não há espaço para autores principiantes. “Quem quiser, talvez precise desembolsar os custos.” O dinheiro para a realização do sonho foi juntado durante anos. “Foi difícil e caro, mas valeu a pena.”

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