Líder emancipacionista morre aos 87 anos

Morte

Líder emancipacionista morre aos 87 anos

Entre críticas e polêmicas, ex-prefeito, Elton Klepker, deixa o legado da emancipação

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Líder emancipacionista morre aos 87 anos
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O líder emancipacionista e primeiro prefeito da cidade morreu na noite dessa quinta-feira, no Hospital Ouro Branco, onde estava internado desde o dia 9. Ele estava com 87 anos. Lembrado pelas polêmicas dos ideais políticos, deixa legado à cidade. Presidiu a Cooperativa Languiru por 25 anos e participou da criação da Cooperativa de Crédito Rural Ouro Branco (Sicredi), em 1970. Fundou a Associação Beneficente Ouro Branco, mantenedora do Hospital Ouro Branco e a Cooperativa de Calçadistas de Teutônia (Cocate).

O projeto de emancipação iniciou em 1965. Protagonista das discussões e debates visando o crescimento do antigo distrito de Estrela, ajudou a fundar Teutônia, em 1983. No primeiro mandato como prefeito se envolveu em polêmicas devido a opinião inflexível quanto a abertura da cidade para pessoas de fora. As críticas pela administração pública contrastavam com as realizações, como a erradicação do analfabetismo.

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Das muitas histórias sobre o líder, a divisão da cidade em dois polos foi uma das mais controversas. A proposta de desapropriar a faixa de terra entre o bairro Languiru e Canabarro não foi compreendida pelos agricultores. As opções da administração era a permuta das áreas, pagamento em dinheiro ou terrenos com infraestrutura. Em primeiro momento, apenas três moradores aceitaram as negociações. As críticas eram enaltecidas pelos adversários políticos e utilizadas para diminuir o prestígio do prefeito. Produtores chegaram a ingressar na Justiça para exigir direitos.

O objetivo silencioso de Klepker gerava boatos e críticas, mas foi executado. O resultado da persistência é a Avenida 1 Leste, que liga Languiru a Canabarro. A construção do Centro Administrativo também gerou divergências. O projeto instalaria o prédio em Teutônia, por se tratar do bairro mais antigo da cidade. Os adversário políticos não titubearam em instaurar a discórdia entre os moradores do Canabarro e o prefeito. Entre as inúmeras discussões e tentativas de explicar a decisão, definiu o ponto central na Avenida 1 Leste. A construção em estilo enxaimel destaca a imigração alemã.

Os importados

Com a proposta de crescimento, pessoas de cidades e etnias diferentes buscavam firmar raízes em Teutônia. Klepker tratava as pessoas de fora como importados, enaltecendo e afirmando a predominância alemã. Dizem que as famílias eram abordadas na estrada, nos caminhões de mudança e orientadas a retornarem para terra natal. A opinião do ex-prefeito era usada pelos adversários políticos para atingi-lo.

Conforme o filho mais novo, Nestor Klepker, 61, as pessoas eram bem vindos, mas deveriam fortalecer a cidade. Sugeria que o patriarca adquirisse casa e emprego e depois trouxesse esposa e filhos. A ideia impedia frustrações e coibia o aumento da marginalidade. “Ele jamais mandaria as pessoas de volta. Isso foi uma injustiça que fizeram”, diz.

Entre as características, simplicidade e trabalho se destacam. Pai rigoroso, exigia compromisso e honestidade dos filhos. Foram muitos os momentos de ausência no lar para se dedicar aos projetos em cooperativas e política. “Pelo trabalho, deixava até a saúde de lado. Pela emancipação, precisou se afastar da família. Era uma obsessão”.

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Saiba mais

Klepker nasceu em 13 de abril de 1928, em Languiru. Era o sétimo filho de Henrique Leopoldo e Rosalina Eckel Klepker. Aos 11 meses de idade contraiu poliomelite e teve problema de locomoção. Caminhava apenas com apoio de cavalete e passou a utilizar cadeira de rodas. Formou-se em contabilidade e trabalhou e foi nomeado correspondente do Banco Industrial e Comercial do Sul S/A (HSBC).

Foi casado com Vanda Herta Klepker. Em 2001 organizou a Associação Comunitária Teutônia, mantenedora da Radio Tirol. Três anos depois legalizou a Fundação Elton Klepker (Fundek), para pleitear uma estação de televisão.Esse projeto não foi concluído.

Elton Klepker faleceu às 20 horas do dia 26, deixando os filhos Nestor, 61, Guido, 65 e a companheira Iria Buhl. O corpo foi velado na Capela Mortuária Marthin Luther, no Alesgut. O enterro ocorreu no Cemitério da comunidade na sexta-feira, as 17 horas.

Em entrevista a rádio Tirol Elton Klepker falou sobre o crescimento da cidade. Em destaque disse que o município era de todos os povos e afirmou o compromisso com a cidade. “Sou teutoniense de corpo e alma”, disse.

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