A decisão de apoiar a oposição e reduzir a livre movimentação do prefeito Luís Fernando Schmidt em 2016 foi a última ação de Ildo Salvi como vereador do PT. Ontem de manhã, ele assinou a desfiliação do partido que defendeu durante 15 anos, e pelo qual passou como suplente por duas eleições em 2004 e 2008. Em 2012, o parlamentar foi eleito titular com 872 votos. Salvi já assinou, ontem, com o novo partido, Rede Sustentabilidade. Como a sigla foi criada neste ano, a lei eleitoral permite que ele permaneça com o cargo de vereador. Salvi recebeu a promessa do deputado federal, João Derly, que recentemente trocou o PC do B pelo Rede, de que será um dos coordenadores no Vale do Taquari.
“Me garantiram que a coordenação em Lajeado e na região ficará comigo. Tive convite de todos os partidos, o que muito me orgulha, mas escolhi a Rede Sustentabilidade nesses últimos dias por questões particulares.” Segundo o ex-petista, ofensas disparadas contra ele após a sessão de terça-feira foram cruciais para a decisão.
Salvi era um dos ícones do PT em Lajeado. Foi duas vezes suplente – 656 votos em 2004 e 780 em 2008 – e no último pleito conquistou sua cadeira com quase 900 votos. O parlamentar, que neste ano se destacou por fortes críticas a alguns serviços contratados pelo poder público, fala em incompatibilidade com o partido que o lançou na política.
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“Não houve mais compatibilidade com membros do grupo político que eu ajudei a eleger. E esse é o principal motivo da minha saída. Nunca fui muito disposto a vestir esses personagens de situação ou oposição. Por isso posso garantir que meu trabalho de fiscalização seguirá o mesmo”, comenta.
O ex-petista foi um dos maiores críticos ao sistema de estacionamento rotativo implantado na gestão do prefeito petista, Luís Fernando Schmidt. Por diversas vezes, ele solicitou ao gestor a extinção do contrato, apontando série de discordâncias entre processo licitatório, contrato assinado e serviço prestado.
Rede Sustentabilidade
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, em setembro, a concessão de registro para a Rede Sustentabilidade, partido idealizado pela ex-ministra, ex-senadora e ex-presidenciável, Marina Silva. Foi o 34º partido criado no país.
Os fundadores já haviam tentado fundá-lo em 2013, para lançar Marina Silva como candidata própria à presidência pela legenda, mas o pedido foi negado por falta do apoio mínimo necessário. A ex-senadora disputou a eleição presidencial após se filiar ao PSB.
Em 2013, a Rede apresentou 442 mil assinaturas de eleitores, mas a lei exigia 492 mil, o equivalente a 0,5% dos votos dados para os deputados federais nas eleições de 2010. Em maio deste ano, outras 56,1 mil foram apresentadas, somando então um apoio de 498 mil eleitores, acima das 486,6 mil exigidas hoje.
