A construção do conjunto habitacional Novo Tempo pouco avança no bairro Santo Antônio. Desde maio, a obra evoluiu só 10%. O prazo de 18 meses para a entrega do empreendimento, orçado em R$ 27 milhões, venceu em julho passado. A direção da empresa anuncia para outubro de 2016 a entrega dos 448 apartamentos pelo programa federal Minha Casa Minha Vida.
O condomínio popular é construído pela ALM Engenharia e Construções, com sede em Venâncio Aires. O contrato foi assinado no dia 13 de dezembro de 2013, e os serviços iniciaram em janeiro do ano seguinte. Passados 22 meses, a obra – que deveria ser entregue em julho passado – está 71% concluída, segundo a direção da contratada. Diretor administrativo da empresa, Antenor Seibt fala sobre as dimensões da obra. “É sempre importante salientar que se trata de uma obra grande, com a construção de apartamentos e demais dependências, como salão de festas, estacionamentos internos, quiosques com churrasqueiras, cancha de esportes e playground.”
O responsável lembra ainda que o empreendimento é o maior já executado na cidade em uma só etapa de construção, e culpa o momento econômico do país pelo atraso. “Estamos convivendo com um enfraquecimento econômico geral, com a falta de recursos governamentais, provocando uma diminuição no ritmo das atividades”, cita, lembrando que o problema atinge todo o processo produtivo do país. A construção atingiu 71% das obras previstas, diz Seibt. Segundo ele, a finalização está planejada em mais 11 meses.
“Em decorrência deste fator econômico imprevisível, o governo estabeleceu um reposicionamento geral de suas prioridades, em que todos os setores foram atingidos e o cronograma da obra também teve que ser ajustado a essa nova realidade.” Os atrasos atrapalham o andamento dos serviços e ainda comprometem o fornecimento dos materiais e o pagamento em dia aos empreiteiros terceirizados que prestam serviços nas obras.
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“É preciso destacar o lado positivo”
Seibt enaltece a importância da obra social. Ela deverá beneficiar mais de duas mil pessoas que vivem hoje em situação de vulnerabilidade. A previsão é reduzir em 40% o déficit de moradias, hoje estimado em 1,2 mil famílias necessitadas.“É de se destacar sempre o lado positivo de um empreendimento desta natureza pelo seu alcance social, com o benefício de uma melhoria de vida a numerosas famílias”, afirma o diretor.
Cada uma das 448 famílias terá um teto de R$ 80. A maioria pagará entre R$ 20 e R$ 50 durante dez anos, referente a 5% da renda familiar. Os contemplados precisam ter uma renda de até R$ 1,6 mil, não ter imóvel no nome, ser maior e estar no Cadastro Único. Secretária de Habitação e Assistência Social (Sthas), Ana Reckziegel lamenta a demora e reitera a urgência solicitada pelas famílias contempladas. “Muitos estão ansiosos, pois estão pagando valores alto de aluguel. Alguns ainda recebem auxílio para esse custeio”, lembra. De acordo com a secretária, os trabalhos e as reuniões realizadas com as famílias pré-selecionadas já apresentam resultados. “Percebemos que eles já estão formando vínculos. A maioria não se conhecia, e agora vai viver em condomínio.”
