A necessidade de investimentos em projetos de geração de energia será tema de reunião promovida pela Câmara de Indústria e Comércio (CIC-VT) em Coqueiro Baixo. O encontro ocorre hoje, às 19h30min, na prefeitura, com a presença do diretor de Geração de Energia da Certel, Júlio Cesar Salecker.
Ele apresentará dados sobre os projetos, custos, investimentos para a instalação de hidrelétricas entre Pouso Novo e Coqueiro Baixo. A intenção da CIC-VT é mobilizar municípios, comunidades e empresários para pressionar a liberação de projetos no Rio Forqueta. Tema constante nos encontros da entidade, o assunto já foi debatido em Arroio do Meio, Muçum, Bom Retiro do Sul e Porto Alegre. Entre as defesas está a liberação de licenças ambientais de projetos parados na Fepam, que juntos poderiam resultar na geração de 15,60 megawatts.
A construção de novas usinas hidrelétricas é defendida por deputados gaúchos. No início do mês, uma frente parlamentar em defesa de pequenas centrais para geração de energia foi criada na Assembleia Legislativa.
O principal objetivo do grupo é reduzir a dependência de eletricidade gerada fora do RS. Segundo Salecker, o estado tem condições de alcançar a autossuficiência por meio das pequenas hidrelétricas.
Conforme ele, a modalidade tem baixo impacto ambiental e agrega benefícios econômicos, sociais e de recuperação do ambiente. Salecker defende a redução de burocracias estatais para que os projetos na área consigam avançar.
De acordo com o diretor, o Vale está próximo de alcançar o limite da capacidade de consumo. No último verão, aponta, foram consumidos 218 megawatts na região, que pode fornecer no máximo 230 megawatts.
[bloco 1]
Projetos da região
Ao menos quatro projetos para construção de hidrelétricas para o Vale estão parados em órgãos governamentais. Um deles prevê investimento superior a R$ 100 milhões em Bom Retiro do Sul, próximo à eclusa.
Protocolada em 1989, a proposta recebeu licenças prévia e de instalação por parte da Aneel e Fepam, mas os licenciamentos perderam a validade. A intenção é construir uma hidrelétrica com capacidade de produzir 43 megawatts, suficientes para atender 120 mil pessoas.
Em Muçum, há um projeto para instalar uma usina no Rio Taquari. O pedido foi protocolado na Fepam em 2008, mas foi indeferido em janeiro de 2015, sob argumento de estar em local impróprio.
A cooperativa aponta erros no parecer que inviabiliza o projeto. O orçamento da hidrelétrica chega próximo dos R$ 330 milhões e a obra poderia abastecer cerca de 230 mil pessoas.
Outros projetos eram previstos para Arroio do Meio e Arvorezinha. Em Arroio do Meio, a proposta era construir uma hidrelétrica com capacidade para 68,6 megawatts. A proposta para o Rio Forqueta, em Arvorezinha, foi inviabilizada em 2013, devido à presença de um anfíbio raro na área. Hoje, apenas três hidrelétricas estão em operação no Vale.
Debate na Tecnovates
O setor energético será tema de debate promovido pelo A Hora. O evento ocorre na quarta-feira, 12 de dezembro, a partir das 16h, no Parque Tecnológico da Univates (tecnovates), com a presença de representantes do governo do Estado, da universidade e do setor empresarial. Participam do encontro o presidente da Certel, Erineo Hennemann, o coordenador do Tecnovates, Eloni Salvi, o coordenador do Laboratório de Biorreatores e professor da Univates, Odorico Konrad, e o secretário de Minas e Energia do Estado, Lucas Redecker. Representantes da Agenda 2020 também integram o debate. São eles Paulo Renato Menzel, vice-presidente da Federasul e vice-coordenador do Fórum de Infraestrutura e Logística da Agenda 2020, e Ronaldo Lague, coordenador do Fórum de Energia da Agenda 2020.
