Agricultores processam STR por fraude

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Agricultores processam STR por fraude

Ação conjunta busca ressarcimento pela compra de 6 mil sacos de adubo adulterado

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A compra de adubo adulterado intermediada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) vai parar na Justiça. Pelos menos 15 produtores lesados pretendem cobrar o valor investido na compra do insumo da entidade. O STR comprou, em junho, cerca de seis mil sacos de adubo (R$ 348 mil) e repassou para mais de 60 agricultores do município. Cada saco custou entre R$ 57 e R$ 59.

Após queixas, foram encaminhadas análises em laboratórios e verificou-se a fraude. O material foi adquirido de um representante da GS Comércio de Fertilizantes, de Colinas, cuja marca do produto era da empresa Macrofértil, de Ponta Grossa (PR). Em reunião no dia 20, na comunidade de Linha Lenz, a maioria dos produtores decidiu mover uma ação conjunta contra o STR. Representados pelo advogado Waldir Goulart Machado, reúnem a documentação necessária para encaminhar o processo ao Judiciário até o dia 20 de dezembro.

Seguindo Machado, além do adubo adulterado, os produtores tiveram que comprar mais insumos para aplicar na lavoura e tentar recuperar a perda. “Uns aplicaram esterco, outros adubo e ureia. Essa despesa extra, bem como o serviço de trator para aplicar o produto, será cobrado também.”

Justifica o fato de o processo ser direcionado à GS ou à Macrofértil. “Quem comprou e vendeu o insumo foi o STR.” De acordo com Machado, o próprio STR afirmou que, por e-mail, a empresa Macrofértil teria informado não ter relações comerciais com a empresa revendedora, a GS. Essa, por sua vez, não tem, oficialmente, bens em seu nome, o que geraria uma falta de pagamento, no caso dos agricultores ganharem a ação.

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Contra o próprio patrimônio
Segundo o presidente do STR, Rogério Heemann, a atitude dos produtores prejudica a instituição que os representa e luta por seus direitos. “Destruirão um patrimônio erguido pelos seus pais e avós. Fomos enganados assim como os produtores. Nunca repassaríamos um produto de qualidade suspeita. Apenas intermediamos a compra, sem ganhar um centavo de lucro.”

Cita que antes de efetuar o negócio foi feito um levantamento sobre a idoneidade da marca. “É a maior distribuidora do país.” Após a descoberta de adulteração, amostras foram encaminhadas para o laboratório da Unisc de Santa Cruz do Sul e ao Mapa para atestar a qualidade da composição química.

Conforme Heemann, o próprio representante do ministério disse que esse tipo de fraude é comum, pois na hora de trocar a embalagem as recicladoras recolhem e revendem as unidades para terceiros que utilizam para armazenar produto de menor qualidade e cobrar um valor mais elevado. “Nós vamos ingressar na Justiça contra a fornecedora e tentar ajudar o produtor a ressarcir o prejuízo.”

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