A interferência do El Niño, em especial por ondas de calor, chuvas acima da média e tempestades, deve aumentar nos próximos meses e perdurar em 2016. O alerta, divulgado nesta semana pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), prevê a terceira maior intensidade do fenômeno desde 1950.A média de temperatura das águas do Pacífico ficou 2ºC acima do normal nos últimos três meses, o que coloca o atual El Niño no mesmo no mesmo patamar dos registrados entre 1972/73, de 1982/83 e de 1997/98.
De acordo com a organização, o fenômeno reapareceu em março e já é considerado o mais forte dos últimos 15 anos.A OMM está ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Uma das preocupações é quanto à região de ocorrência do fenômeno que altera o clima no planeta.Estudo divulgado nesta semana pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ratifica as avaliações da organização. De acordo com o grupo, os efeitos do El Niño são bastante conhecidos nas regiões Sul, Norte e Nordeste do Brasil.
Segundo dados do Elat, a ocorrência de tempestades deve aumentar 20% nos estados das regiões Sul e Sudeste neste verão.O percentual cai para 10% na Centro-Oeste. A pesquisa foi baseada em dados desde 1950. “Somos levados a pensar que o número de mortes por raios no próximo verão pode aumentar se não alertarmos adequadamente a população sobre os efeitos do El Niño”, aponta o coordenador Osmar Pinto Junior.Dados da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT), relativos a agosto, setembro e outubro (já sob efeito do fenômeno), confirmam tais tendências. Na Região Sudeste, por exemplo, foram registradas 480 mil descargas elétricas atingindo o solo, 52% a mais que no mesmo período de 2014. Para Junior, o aumento preocupa e indica que além do número de tempestades, deve crescer a intensidade.
