Lajeado – Dois irmãos, detentos do regime semiaberto, sofreram um atentado ao sair do presídio da cidade ontem de manhã. O crime ocorreu por volta das 6h, na esquina entre a rua Waldemar Ely e a avenida Benjamin Constant, cerca de 300 metros distante da penitenciária. De acordo com o delegado Juliano Stobbe, José Gabriel Soares, 28, e Cristiano Mateus Soares, 38, saíram do albergue em um automóvel Omega blindado, dirigido por José, quando tiveram a frente cortada por uma Tucson e uma Ecoesport.
Os ocupantes das caminhonetes dispararam mais de 20 vezes contra as vítimas, que se salvaram graças à blindagem do Omega. Os tiros também atingiram três carros de duas concessionárias próximas ao local do crime. Ninguém ficou ferido.
Os irmãos registraram a ocorrência na delegacia de pronto atendimento. Policiais do Pelotão de Operações Especiais da Brigada Militar recolheram quatro cápsulas de fuzil e 19 de calibre 9mm. A Ecoesport utilizada no crime foi encontrada abandonada na rua Carlos Spohr Filho, no bairro Moinhos. Dentro do veículo, a polícia encontrou um cartucho de calibre 12 e estojos com balas de fuzil .556 e de calibre 9mm.
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Conforme Stobbe, a caminhonete havia sido furtada em Viamão, na Região Metropolitana. A polícia suspeita que os autores estejam ligados ao grupo que executou Felipe Arno Grün no dia 31 de outubro. Grün era primo das vítimas e foi assassinado com mais de 50 tiros, no bairro São José. “Não existe a certeza, mas pode se tratar dos ‘Bala na Cara.”
Segundo o delegado, o caso é tratado como prioridade pelo setor de investigação da Polícia Civil, que solicitou as gravações das câmeras de segurança do município. Conforme Stobbe, a preocupação é impedir que qualquer quadrilha se instale na cidade e aumente os índices de violência.
Ligação com o tráfico
O delegado acredita que o crime pode estar relacionado com o tráfico de drogas. Tanto José quanto Cristiano cumprem pena pelo crime no presídio de Lajeado. Conforme Stobbe, é a terceira vez que o mais novo dos irmãos escapa de tentativa de homicídio. “Ele corre risco. Precisa se cuidar e não aparecer tanto na rua”, ressalta. Para o delegado, a vítima teve sorte, pois o vidro do motorista havia sido trocado pelo antigo dono e não tinha blindagem.
Segundo ele, o carro das vítimas estava legalizado e tinha passado por todas as vistorias.
