O concerto de encerramento do Projeto Encontro dos Corais Edição Vale do Taquari pretende reunir até sete mil vozes. O encontro ocorre na próxima quarta-feira, às 20h30min, na Sociedade da Água, em Teutônia. Será a oportunidade de documentar e mostrar ao estado, por meio de registro videográfico, a potência cultural da região na arte do canto.
Para o grande concerto erudito, são esperados representantes de cerca de 300 corais da região. Muitos deles beneficiados com oficinas realizadas ao longo de dez meses.Artistas renomados como Renato Borghetti e Quarteto dividem o palco com a Orquestra de Teutônia, tenor mirim Vitor Delazeri, de Encantado, Coral Apollo, de Marques de Souza, e Coral Novo Brilho, de Travesseiro. O espetáculo de encerramento contará com a participação de todos os corais participantes do projeto.Borghettinho traz composições brasileiras de artistas como Heitor Villa-Lobos, com músicas do Canto do Capadócio, Lembrança da Nossa Terra e Trenzinho Caipira. Milton Nascimento também está no repertório.
Dez cidades da região sediaram os workshops. Os participantes tiveram aulas de técnica vocal, introdução ao canto como profissão e leitura de partituras. Também foi oportunizada uma revisão histórica sobre a origem do canto coral.O projeto é uma promoção do Jornal A Hora, financiado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio de empresas como: Bebidas Fruki, Calçados Beira Rio, Distribuidora de Produtos de Petróleo Charrua, Docile Alimentos, Goemil SZ Indústria de Alimentícios, PavSolo Construtora, Baldo e Grupo Imec.
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Antiga arte do canto
Conforme o professor de História João Thimoteo Machado, há desenhos na Caverna de Cogul,na Espanha, que indicam a prática de cantos e danças de grupo na era neolítica, na pré-história. Na Grécia Antiga, os choros definiam as várias atividades dos dramas de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes – precursores da dramaturgia. Segundo ele, foi no Cristianismo que os grupos de canto receberam a formação que segue até hoje.
A entrada de mulheres, contudo, veio mais tarde, na Reforma Protestante. Histórias que surpreenderam grupos de 42 municípios. Chamou atenção a forma de sustentação dos corais, o fluxo de saídas e entradas de integrantes entre um grupo e outro. A busca incessante por novidade. O encerramento das atividades de um grupo significa, muitas vezes, a renovação de outros.
A constatação de que se trata de uma atividade artística inserida no contexto cultural e histórico da cultura dos povos. E maior parte germânicas e italianas, mas marcando presença nas colonizações polonesas, húngaras e africanas: os escravos negros cantavam nos campos de trabalho forçado para tentar esquecer o sofrimento, até hoje preservados na cultura afro-brasileira. Aos imigrantes de alemães e italianos, o canto foi para espantar o medo da mata, dos animais selvagens, do desconhecido. A saudade era da terra pátria.