O serviço prestado pela Fundação para Reabilitação de Deformidades Crânio-Faciais de Lajeado (FundeF) ao longo de duas décadas motiva reconhecimento da Assembleia Legislativa (AL). Ontem à tarde, a partir de proposta do deputado estadual Enio Bacci (PDT), a entidade foi homenageada na sessão plenária.Ao longo de 20 minutos, o parlamentar mostrou o serviço realizado pela Fundação e, em seguida, abriu espaço para debate. A homenagem ocorreu durante o grande expediente, no qual cada um dos deputados tem direito de apresentar no máximo duas entidades ou pessoas por ano.
Segundo Bacci, graças ao serviço, pessoas humildes podem tratar fissuras lábio-palatinas e deficiência auditiva. “Não são alterações apenas de caráter estético. São a causa de problemas de saúde que incluem dificuldades e danos à fala, audição, deglutição, respiração e e reposicionamento dos dentes.” Todos os atendimentos ocorrem via SUS, com profissionais de diferentes áreas. Desde a criação, conforme o deputado, a FundeF realizou mais de 23 mil procedimentos. Pacientes de quase todos os municípios gaúchos são atendidos. “Mantém-se por doações, provenientes de várias partes do mundo e eventos solidários.”
Bacci enalteceu o trabalho do médico Wilson Dewes. “Esta bela história iniciou com um homem que acreditou em seu sonho”, destacou ao citar que o cirurgião-plástico e especialista em Otorrinolaringologia chegou a Lajeado em 1968. “Foi o primeiro médico a se dedicar à cirurgia plástica na cidade.” Para o presidente da Fundação, Adriano Strassburger, o reconhecimento é de extrema importância. “Com isso podemos mostrar cada vez mais nosso trabalho, e é uma honra muito grande receber a homenagem, ainda mais agora que estamos empenhados em construir nosso centro clínico.
”De acordo com o deputado Bacci, a homenagem é apenas uma forma de agradecer pelo trabalho e dar maior visibilidade à Fundação. “Enquanto milhões são desviados em âmbito federal, instituições como a FundeF não contam com recursos públicos para ampliar seus atendimentos.” O parlamentar enfatiza a necessidade de um trabalho conjunto para buscar soluções capazes de auxiliar de forma concreta instituições como a FundeF.
Conheça a FundeF
A Fundação presta serviços faz mais de 20 anos e tem cerca de sete mil pacientes cadastrados. Desde 1999, atua por meio do SUS, a partir de convênio com o Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado. Um dos principais empecilhos é a falta de espaço adequado, pois atende em ambiente cedido pelo hospital. Há anos a Fundação busca um espaço exclusivo, mas esbarra na falta de recursos.
Em 2013, por exemplo, deixou de receber R$ 10 milhões destinados por emenda parlamentar da bancada gaúcha para a construção de centro clínico próprio. O recurso não foi empenhado no orçamento pela União. Em outubro, integrantes da instituição reiteraram o pedido por auxílio a deputados federais e senadores. Instituição conta com 60 profissionais, entre ortodontistas, psicóloga, enfermeiros, fisioterapeuta, fonoaudiólogos, pedagoga, assistente social e funcionários da administração, além de dezenas de voluntários.
