Escola vende lanche para manter merenda

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Escola vende lanche para manter merenda

Direção reclama atrasos por parte dos governos federal e estadual desde agosto

Lajeado
oktober-2024

Lajeado – A direção da Escola Estadual Otília Corrêa de Lima, no bairro São Cristóvão, inovou. Diante da crise que resulta em atrasos de valores superiores a R$ 6 mil, funcionários e professores resolveram vender cachorro-quente para auxiliar na compra de merenda para os mais de 200 alunos matriculados. A 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) lamenta a situação, mas cita prazos para regularização dos pagamentos.

Crédito: Anderson LopesO bufê de cachorro-quente, ao valor de R$ 9 a unidade, ocorreu durante todo o dia de ontem, quando também foi realizada uma pequena gincana entre os estudantes. Além de garantir a merenda, a verba gerada pela iniciativa objetiva custear a manutenção de outros serviços da escola.

“Recebemos valores referentes a julho do governo do Estado. Depois disso, não veio mais nada”, reclama a diretora, Maristela Demarchi Secco. Segundo ela, os atrasos no repasse de recursos são referentes também ao Programa Mais Educação do governo federal. “O Estado não paga para manutenção, e a União atrasa para a alimentação.”

Maristela comenta que a direção optou por não realizar greve. A intenção é não agravar ainda mais os problemas vivenciados pelos alunos. “Num momento de crise, optamos por criar uma alternativa para manter nossos serviços básicos e nos adequarmos ao momento crítico”, cita a diretora.

De acordo com a coordenadora adjunta da 3ª CRE, a professora Greicy Weschenfelder, não há prazo determinado pelos governos para atualizar os repasses em atraso. “Há informação de que os recursos estão para chegar. Alguma coisa foi depositada nos últimos dias. Mas não temos como garantir quando chegará o resto”, afirma ela.

Financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a alimentação escolar recebe complementação do Estado nas escolas com programas educacionais como o Mais Educação, Ensino Médio Politécnico, Turno Integral e também nas instituições com até cem alunos.

Integração

Deise Bergmann, 20, cursou todo o Ensino Fundamental na escola. De acordo com ela, quando estudava, ações desse tipo ocorriam em prol de alguma melhoria no colégio, como a construção da quadra esportiva. “O pessoal é bem caprichoso e esforçado. É lamentável ter que chegar nessa situação, mas acho legal esse envolvimento da comunidade escolar.”

O gerente lojista Flávio Miorando, 52, é pai de aluno e achou a ação positiva. Para ele, é importante a integração entre pais, alunos e professores.

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