Vale do Taquari – Debates sobre o cenário econômico e os modelos de gestão associativa marcaram o 4º Encontro de Presidentes e Executivos de Cooperativas (Epecoop). Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do setor (Sescoop-RS), o evento reuniu mais de 300 representantes do cooperativismo da América do Sul.
Em nome do governo do Estado, o secretário do Desenvolvimento Rural e Cooperativista, Tarcísio Minetto, ressaltou a necessidade de dar mais destaque e atenção ao setor. “Os números mostram a capacidade do cooperativismo em empregar e gerar renda.”
Minetto enfatizou o resultado social alcançado por meio do associativismo. Para ele, as cooperativas podem ensinar lições de boas práticas, trabalho em parceria e experiências de desenvolvimento sustentável.
“O resultado social nasce dessa soma e o engajamento ajuda a alavancar a economia em setores como o agropecuário, de serviços e de saúde”, aponta. Conforme o secretário, em um cenário de dificuldade, a força do setor é exemplo de solidez, alcançada graças à construção coletiva.
O presidente do Sistema Sescoop, Vergílio Perius, relatou a abrangência da cultura associativista no Rio Grande do Sul. Segundo ele, o estado tem hoje 440 cooperativas que somam 58,4 mil empregos. “Temos mais de 2,6 milhões de associados, o que representa 25% da população gaúcha.”
Conforme Perius, o índice é similar ao encontrado em países de primeiro mundo. “As cooperativas se compõem de pessoas e não se apropriam da riqueza produzida, devolvendo-a para a comunidade.”
Reforçou a importância da parceria com os gestores públicos para o setor continuar crescendo e contribuindo para o desenvolvimento do RS. Hoje, o cooperativismo representa 10% do PIB gaúcho, tendo alcançado faturamento bruto de R$ 31 bilhões em 2014.
Painéis
O primeiro palestrante do evento foi o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Antônio Carlos Fraquelli. Mestre em Economia pela Syracuse University, de Nova York (EUA), e ex-presidente da Federação Estadual de Economia (FEE), iniciou o painel relatando o momento econômico vivido no RS.
Segundo Fraquelli, para superar a situação econômica delicada, é necessário eleger prioridades e desvendar novos caminhos. “Este deve ser o lema de presidentes e diretores das instituições associativas.”
Em seguida, o advogado e professor da PUC-RS, Alexandre Pasqualini, tratou sobre a sucessão familiar e empresarial. Autor de livros sobre o tema, Pasqualini comparou as dinâmicas familiares com as empresariais e associativas, realçando a necessidade de firmar compromissos para o futuro.
“O problema do nosso mundo é que pensamos apenas no curto prazo”, afirma. Para ele, as pessoas encontram dificuldade de valorizar o passado e construir uma perspectiva para as gerações que ainda estão por vir.
O último painelista de ontem foi com o professor da Universidade de São Paulo (USP), Sigismundo Bialoskorski Neto. Ele apresentou demonstração sobre o valor adicionado como instrumento para o impacto econômico e social das cooperativas agropecuárias gaúchas.
Doutor em Economia Aplicada, Neto realizou pesquisas na Universidade do Missouri, EUA, e na Universidade de Giessen, na Alemanha. É autor do livro Economia e Gestão de Organizações Cooperativas.
Programação
9h às 10h30min – Modelos de gestão em cooperativas
Coordenador: Orlando Borges Müller (Central Sicredi Sul)
Painelistas: Aldo Pricladnitzki (Unimed VTRP), Gerson Seefeld (Central Sicredi Sul), Luís Eugênio Dias dos Santos (Cotrisul)
Debatedores: Abel Paré (Rede Transporte), Margaret Garcia da Cunha (Fetrabalho/RS), Alceu Dalle Molle (Nova Aliança)
11h às 12h15min – Liderança e gestão
Palestrante: Eugênio Mussak (Dom Cabral)
Coordenador: Vergilio Perius (Ocergs-Sescoop/RS)
Debatedores: Alexandre Guerra (Santa Clara), Nei Mânica (Cotrijal), Valdir Feller (Coopeeb)