Vale do Taquari – Em quatro municípios da região, agências amanheceram fechadas ontem de manhã. Em Lajeado e Estrela, servidores da Caixa Federal e do Banco do Brasil aderiram à greve nacional da categoria e mantiveram as portas fechadas. O mesmo ocorreu no BB de Teutônia e na Caixa de Arroio do Meio.
Os grevistas pedem reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 8,9%, mais aumento real de 5% nos salários. Também exigem mais contratações, aumento no piso da categoria e melhores condições de trabalho, com o fim de metas consideradas abusivas.
Servidores do Banrisul e funcionários dos bancos privados atendem normalmente. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Lajeado, Édson Leidens, os trabalhadores do banco gaúcho consideraram pouco satisfatórios os resultados do movimento grevista de 2014.
“Como ainda precisam recuperar muitas horas referentes ao ano passado, optaram por não aderir”, ressalta.
O líder acha difícil a participação de funcionários dos bancos privados. Segundo ele, apesar do direito à greve ser garantido pela Constituição, os trabalhadores que aderem aos movimentos acabam transferidos para locais distantes ou mesmo demitidos sob outras justificativas.
“Foram situações que ocorreram em outras greves, por isso, compreendemos a posição dos colegas”, assegura. Entre as reivindicações do movimento, está a adoção de uma estratégia para reduzir o ritmo de demissões no setor. Mais de seis mil bancários foram demitidos no primeiro semestre de 2015.
Saúde e segurança
O comando nacional de greve aponta as metas consideradas abusivas como um dos principais motivos para o adoecimento dos trabalhadores. Para Leidens, as cobranças por resultados foram mantidas mesmo com a redução nos quadros funcionais. “Não se importam com a saúde do trabalhador, apenas com os números.”A categoria também pede alteração na cláusula de reabilitação dos profissionais que ficaram afastados do serviço por motivo de doença. A intenção é evitar que os trabalhadores retornem a desempenhar as mesmas atividades que causaram o problema.
O comando grevista ainda exige maior investimento em segurança, diante dos constantes ataques às instituições bancárias. Entre as propostas, está a instalação de sistema de abertura e o fechamento remoto das agências de todo o país.
O movimento quer ainda a extinção das tarifas para transferências de dinheiro por DOC ou transferência eletrônica, para evitar o crime conhecido como “saidinha”, cometido contra clientes que sacam grandes quantias para evitar as taxas.
Participação nos lucros
Além do aumento de 5% acima da inflação, os bancários também exigem maior participação nos lucros. A reivindicação é por três salários mínimos e mais R$ 7,2 mil de parcela adicional.
A categoria ainda pede a instituição de piso no valor de R$ 3,3 mil, 14º salário e aumento no vale-refeição, passando para R$ 34,26 ao dia. A proposta dos bancos, rejeitada pelos grevistas, é de reajuste de 5,5% mais abono único de R$ 2,5 mil.
