Padarias calculam reajuste nos preços

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Padarias calculam reajuste nos preços

Derivados do trigo terão incremento de até 20% nas próximas semanas

Vale do Taquari

Vale do Taquari – A alta do dólar, associada aos maiores custos de produção, resulta em aumento nos preços dos produtos à base da farinha de trigo. Segundo projeção do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos do RS (Sindipan-RS), os derivados do cereal terão reajuste de 15% a 20% no decorrer de outubro.

Crédito: Anderson LopesO consumidor sentirá a variação aos poucos, avalia o presidente Arildo Bennech Oliveira. Cada empreendedor repassa os novos valores de acordo com questões específicas da empresa, como estoques, datas e concorrência. “Aqueles com farinha de trigo em estoque, por exemplo, poderão segurar os preços um pouco mais tempo, mas não tem como escapar disso”, frisa.

Conforme estimativa de Oliveira, os estabelecimentos devem aplicar o reajuste até meados de outubro. Observa não haver alternativa senão repassar aos consumidores o incremento no custo de produção. O dólar aumentou quase 70% em comparação ao mesmo período do ano passado, pondera o presidente do Sindipan.

O impacto é grande, pois a maioria do trigo usado para a produção de alimentos no país precisa ser importada. O insumo vem da Argentina, Canadá e Estados Unidos. “Importamos cerca de 60% no caso de massas e biscoitos. Na indústria de panificação, quase a totalidade do produto precisa vir de fora.”

Outros commodities também tiveram influência da moeda americana, como o óleo de soja, a margarina e a farinha de milho. Associado à desvalorização do real, o sindicato aponta ao recente dissídio concedido à categoria e aos reajustes da energia elétrica. As tarifas da RGE e da AES Sul, justifica, quase dobraram nos últimos meses.

Período é de análise

A maioria dos fornecedores ainda não reajustou os valores, apontam empresários do Vale do Taquari. Proprietário de uma padaria no centro de Lajeado, Eduardo Schuh trata o momento como especulativo. “Não há nada de concreto por enquanto, mas com certeza o preço vai subir”, destaca.

Schuh acredita em valores definidos dentro das próximas duas semanas. A empresa industrializa, em média, quase cinco toneladas de farinha de trigo por mês. O produto é comprado de dois moinhos gaúchos, de Taquari e Porto Alegre.

Proprietário de uma fábrica de biscoitos e de uma fruteira em Marques de Souza, Fábio Mertz consegue minimizar os impactos ao consumidor. “Na loja operamos na ponta final da cadeia, diretamente com o cliente final. Assim, suavizamos o repasse desse aumento.”

Mas na indústria o cenário é diferente. “Complica um pouco mais devido a alguns contratos a serem cumpridos e também pelo fato de ter até dois intermediários ainda até a mercadoria chegar ao cliente final”, aponta Mertz.

Maior importação

A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de que o país produziria recorde de 7,1 milhões de toneladas de trigo, não deve se confirmar. As geadas e intensas chuvas registradas nas últimas semanas comprometeram boa parte dos campos dedicados ao cereal, tanto em qualidade como em quantidade.

Com isso, cresce a demanda pela importação. Nos oito primeiros meses do ano, o Brasil comprou 3,3 milhões de toneladas no mercado internacional – 2,7 milhões de toneladas da Argentina e 295 mil toneladas dos Estados Unidos.

Mas o país vizinho também acumula perdas em virtude do tempo e, assim, o Brasil deverá depender ainda mais dos norte-americanos.

Saiba como economizar

Derivados da farinha de trigo, em especial pães e massas, podem ser congelados para evitar o desperdício. A melhor opção é embalar os alimentos com plástico para não haver contato com o ar. Isso mantém a qualidade e aumenta o período de conservação. Para o consumo, basta deixar o alimento alguns instantes fora do congelador.

No caso do pão, por exemplo, se não for consumido em uma única refeição, o restante pode ser levado ao freezer por alguns dias. Dessa forma, evita-se o ressecamento ou o mofo. Se ficar ressecado, pode ser transformado em farinha (farofa) por meio do liquidificador. Outra opção é cortá-lo em pedaços menores e levar ao forno com temperos, servindo de acompanhamento para sopas ou saladas.

Variação nos preços

Variação de valor 2014 Atual Corrigido (20%)
Pão francês (kg) R$ 7,50 R$ 8,20 R$ 9,84
Biscoito (500g) R$ 4,89 R$ 5,48 R$ 6,50
Massa R$ 2,45 R$ 2,48 R$ 2,97
Variação de valor 2014 Atual Corrigido (20%)
Pão francês (kg) R$ 7,50 R$ 8,20 R$ 9,84
Biscoito (500g) R$ 4,89 R$ 5,48 R$ 6,50
Massa R$ 2,45 R$ 2,48 R$ 2,97

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