Feira termina em clima de superação

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Feira termina em clima de superação

A edição 2015 da Construmóbil inovou. Apresentou uma forma diferenciada de ver e pensar a cidade. Também propôs ao empresariado enfrentar as incertezas atuais, a partir do planejamento e da conquista de espaço no mercado. Como resultado, os negócios fechados nos seis dias de feira ultrapassaram a expectativa e alcançaram R$ 29,8 milhões.

Vale do Taquari
oktober-2024

Vale do Taquari – Uma das maiores feiras de construção civil, mobiliário e decoração do RS chegou ao fim nesse domingo. Apesar de abranger alguns dos setores mais atingidos pela instabilidade econômica e política no estado e no país, os resultados surpreenderam a comissão organizadora.

Crédito: Roberta Colombo/DivulgaçãoConforme o presidente da Construmóbil 2015, Clécio Vargas, havia receio com relação ao estabelecimento de metas para a edição deste ano. Porém ações pré-feira garantiram resultados satisfatórios.

Ele afirma que o posicionamento assertivo dos participantes frente a um mercado inconstante foi imprescindível para evidenciar a força do empresariado local. Também atesta que tal atitude serviu para demarcar território e aproveitar boas oportunidades de negócio. “É nos piores momentos que os melhores se destacam”, comenta.

De acordo com Vargas, o grande desafio era extrapolar os limites da região, dessa maneira a temática “Cidades Criativas” foi uma espécie de provocação. Objetivo alcançado com a participação de pessoas de diversos estados brasileiros, além de países da América Latina, no painel de debates, ocorrido na quarta-feira, dia 23.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Alex Schmitt, houve queda no número de visitantes, comparando com a feira de 2013. Segundo ele, houve uma alteração na maneira de calcular o público. Entretanto, ressalta o crescimento de 30% nas vendas em relação à edição passada. “O expositores comentaram que muitas pessoas estavam realmente interessadas em comprar”, salienta.

Números da edição 2015

Embora Vargas tenha declarado que “sempre achamos que poderíamos ter feito um pouco mais”, a Construmóbil 2015 se superou em alguns aspectos. O valor final de vendas, feito pelos 250 expositores, passou dos R$ 29,8 milhões, R$ 3 milhões a mais do que no ano anterior. Só na rodada de negócios, realizada em parceria com o Sebrae, foram movimentados R$ 810 mil.

O número de pessoas que prestigiaram a feira caiu de 27 mil em 2013 para 21 mil em 2015. A justificativa da organização é de que antes se calculava o público circulante, o que inclui visitantes, expositores, funcionários, prestadores de serviço, imprensa e convidados especiais. Só nesse ano foram emitidas mais de 1, 9 mil credenciais.

Além do painel de debates, que reuniu cerca de 344 pessoas, outras atividades técnicas, sobre decoração de interiores, arquitetura sustentável e mercado imobiliário, tiveram mais de 200 inscrições.

Otimismo frente às dificuldades

O expositor Pedrinho Althaus, um dos primeiros loteadores de Lajeado que atua no setor imobiliário faz 39 anos, comenta que a superação de dificuldades depende da atitude diante dos problemas enfrentados.

Ele lembra que na década de 80 o país teve cinco planos econômicos diferentes, e que a inflação passou de 80% ao mês. Mas destaca a importância de sempre que possível trabalhar com recursos próprios e com pessoas de confiança. “Ninguém quer quebrar. Tem que ser criativo, esquecer o governo e trabalhar”, comenta.

Já Annelise Dessoy, sócia de uma empresa ligada a um grupo alemão que atua faz mais de 30 anos no mercado de energia sustentável, fala da importância do planejamento e do respeito às origens.

A companhia, dirigida pela executiva nascida em Cruzeiro do Sul, atua em toda a América Latina e em países da Europa e da Ásia. Ela mantém contato direto com a região, onde é proprietária de um sítio sustentável. “Eu não estaria no mundo se não lembrasse onde está a minha casa”, pondera.

Passado e futuro

Coordenada pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), a Construmóbil 2015 teve uma redução no número de visitantes e expositores, comparando com as duas últimas edições. No entanto, os valores comercializados continuam aumentando.

Em 2011 mais de 36 mil pessoas visitaram a feira, em 2013, apenas 27 mil. O número de expositores se manteve em 300, porém, o montante de negociações realizadas subiu de R$ 18,5 milhões para R$ 23 milhões.

A nova comissão que organizará a feira em 2017 ainda não foi definida, em função da vindoura mudança de diretoria da Acil. De acordo com Vargas, o novo presidente deve participar de todo o processo de planejamento.

Durante o encerramento do evento, o prefeito Luís Fernando Schmidt prometeu estabelecer parcerias para tentar construir um centro de convenções no Parque do Imigrante.

Iniciativa sustentável

Até a manhã desse domingo, mais de uma tonelada de lixo reciclável, além de 439 quilos de resíduos orgânicos, foi recolhida no Parque do Imigrante. O processamento do material, além do plantio de 63 mudas de árvores nativas, servirá para garantir a compensação das emissões de carbono da feira. A preocupação da comissão organizadora com a realização de um evento sustentável garante à feira a certificação de “Carbono Neutro”, pela terceira vez, entregue pela Certel Energia, por meio do Projeto Energia Verde, e Max Ambiental.

Cidades criativas

O público da região não só fez negócios como também foi convidado a refletir. Um trabalho que começou dois meses antes da feira proporcionou discussões sobre mobilidade urbana, patrimônio histórico, economia criativa, ambiente e desenvolvimento e espaços públicos.

O evento Arte na Praça, no centro de Lajeado, chamou a atenção para a situação da Praça Marechal Floriano Peixoto, além de reunir as pessoas em um abraço ao antigo prédio dos Correios.

Mais de 200 ciclistas se engajaram na Pedalada Cidades Criativas, circulando por vários bairros de Lajeado. Por fim, um grupo de profissionais de diferentes áreas reuniu-se no Café no Prédio Histórico, realizado Casa Born, debatendo ideias e alternativas para as construções antigas da cidade.

Números

21 mil visitantes >> 250 expositores >> R$ 29,845 mi negócios fechados

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