FundeF lança projeto para ter hospital

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FundeF lança projeto para ter hospital

Pacientes de 300 municípios gaúchos são atendidos em espaço insuficiente no HBB

Lajeado

Lajeado – Parte do Imposto de Renda de pessoa física ou jurídica pode ajudar a viabilizar a construção do hospital da Fundação para Reabilitação das Deformidades Crânio-Faciais (FundeF). A entidade lança a iniciativa 1o Passo da FundeF hoje, às 10h, no Hospital Bruno Born, para angariar os valores necessários para elaborar os projetos e licenças exigidas para a construção.

Crédito: Marcelo GôuveaA soma arrecadada pela campanha será direcionada ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, administrado pelo conselho da área, o Condica. No caso de pessoas físicas ou investidores sociais com a declaração completa, até 6% do valor do imposto devido poderá ser destinado à causa. Para pessoas jurídicas optantes pelo lucro real, o limite é de 1%. As doações só serão efetivadas com a emissão de boleto identificando o projeto da entidade.

Pelas estimativa do presidente da FundeF, Adriano Strassburger, a etapa de elaboração de projetos arquitetônicos e complementares para a obra deve exigir até R$ 300 mil. Está prevista para ocupar uma área no bairro Universitário, recebida pela Fundação no ano passado. A primeira proposta do complexo deve ser finalizada no fim do mês, antes de ser apresentada para profissionais da saúde.

A construção deve unificar os serviços de assistência a deficiências auditivas e fissuras labiopalatais, tidos como referência para cerca de 300 municípios gaúchos. Só entre os atendimentos para as fissuras, são cerca de 70 pessoas por dia. Outra melhora ressaltada por Strassburger diz respeito aos serviços prestados e recepção dos pacientes.

Espaço limitado

A falta de espaço físico afeta os serviços de rotina da entidade, palestras e cursos. Segundo o presidente, é comum limitar o número de participantes devido ao tamanho das salas. Para os pacientes de diferentes regiões do estado, a situação reduz o conforto e muitos precisam aguardar em cadeiras no corredor do hospital.

De Venâncio Aires, Ezequiel Rocha, 32, e a filha Nicole, 1, aguardavam atendimento. Ele ressalta a qualidade dos serviços, apesar das dificuldades de estrutura física. Para Rocha, com a construção, todos os usuários seriam beneficiados. “Aqui concentra muitas pessoas, mas falta local para atender, tem gente que vem de longe e não tem lugar para sentar. É preciso se adaptar.”

Faz quase dois anos, Lilian Ortiz, 31, percorre os cerca de 580 quilômetros entre Itaqui e Lajeado para o atendimento da filha, Liani, 2. A primeira vez que procuraram atendimento para tratar a fissura labial, a menina tinha sete dias. Desde a época, afirma ter percebido um aumento da demanda pelos serviços. “No início, quatro pessoas vinham para tratar aqui, hoje, são umas 20. Para as crianças, a falta de espaço e a demora são mais complicadas de administrar.”

Assim como Lilian que saiu de casa à meia-noite de segunda-feira para chegar à FundeF às 9h, famílias como a de Deivid Guasso, 26, relatam as limitações de espaço. Morador de Santo Ângelo, comemora a possibilidade de tratar a filha a pouco mais de quatro horas de casa. Sem a opção da entidade lajeadense, a família precisaria se deslocar com Amanda, 1, a Bauru, no interior paulista.

Intercâmbio de experiências

A contadora Elizabeth Botache Aguilar esteve no município para conhecer mais sobre a FundeF e o trabalho de captação de recursos feitos pela entidade. Ela é vice-presidente da Fundação Gracias A Dios Un Niño Sonríe, atuante em Cali, Colombia. Formada por voluntários, auxilia cerca de 800 pacientes de famílias carentes.

Elisabeth elogia a infraestrutura e a atuação da FundeF, descrita por ela como um modelo a ser seguido. De acordo com ela, a atuação e os projetos desenvolvidos em benefício à causa em Lajeado devem auxiliar no desenvolvimento da entidade colombiana, formada em 2002.

Para a vice-presidente, o projeto local merece o engajamento por sua função social. “Toda entidade precisa deste reconhecimento. No nosso caso, não só pela satisfação pessoal, mas como uma obrigação com quem necessita e, aqui, não é diferente.”

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