Ilópolis – Um episódio de agressão de incapaz chocou a região. Na tarde dessa quarta-feira, um bebê de 5 meses foi agredido no rosto pelo próprio pai. O fato aconteceu no bairro Santa Rita. A criança foi levada ao hospital da cidade, medicada, e teve alta na madrugada de ontem.
A agressão, diz a polícia, aconteceu após uma discussão entre os pais. A mulher teria saído de casa e deixado o homem de 19 anos sozinho com os gêmeos. Conforme o relato da mãe, quando ela voltou, um dos bebês tinha hematomas no rosto.
Depois disso, ela chamou a Brigada Militar, que recebeu apoio da guarnição de Arvorezinha. Também prestaram socorro representantes do Conselho Tutelar local.
A ocorrência foi registrada na Delegacia de Soledade, o homem foi preso em flagrante por tortura e agressão a incapaz. Ele foi levado ao presídio, onde deve aguardar a conclusão do inquérito.
Segundo o escrivão da Polícia Civil de Ilópolis, Sílvio Conte, a investigação será conduzida por policiais da cidade. A apuração deve ser concluída nos próximos dias. Serão ouvidas duas conselheiras tutelares. A investigação também aguarda laudo do Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever da família colocar a criança salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O Código Penal prevê reclusão de um a quatro anos pelo crime de lesão corporal, com possibilidade de aumento da pena, quando praticado contra menor de idade ou incapaz.
Violência e agressividade
Conforme a psicóloga Claudia Sbaraini, especialista em violência doméstica e psicoterapia de infância e adolescência, uma série de transtornos psiquiátricos pode motivar crises de agressividade.
Porém, algumas vezes, é reflexo de uma situação identificada como “objetalização da infância”. A partir desse quadro, os pais tratam a criança como objeto. Diante disso, maus-tratos, agressões e abusos sexuais podem acontecer.
Uma elucidação do quadro é difícil, pois, de acordo com Claudia, um dos pais pode estar usando o filho para agredir o outro. “O ambiente familiar é um núcleo muito fechado, e as piores consequências sobram sempre para a criança”, comenta.