Procura por refinanciamento sobe 30,5%

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Procura por refinanciamento sobe 30,5%

Consumidores renegociam dívidas em busca de descontos e redução nos juros

Vale do Taquari
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Vale do Taquari – Os efeitos da crise econômica nas empresas e nas famílias impactam no desempenho do sistema bancário. Números do Banco Central (BC) apontam o crescimento de 30,5% nas operações de renegociação de dívidas nos primeiros sete meses de 2015.

Crédito: Anderson LopesEntre janeiro e julho, os brasileiros renegociaram R$ 22,5 bilhões em débitos atrasados. No mesmo período do ano passado, o montante foi de R$ 17,2 bilhões. De acordo com o BC, o tempo médio de parcelamento é de três anos.

Gerente do Banco do Brasil de Lajeado, Roland Dick, relata elevação no número de contratos de refinanciamentos de dívidas na agência local. Segundo ele, enquanto famílias têm dificuldade para superar o aumento no custo de vida, empresas sofrem com a ampliação das despesas.

“Em 2015 houve acréscimo nos custos de energia e combustíveis, o que afetou o faturamento das empresas”, diz. A alta da inflação, que deve fechar o ano acima dos 9%, e os aumentos na taxa básica de juros também favorecem a inadimplência e, por consequência, os refinanciamentos

Responsável pelo setor de renegociação do Bradesco em Lajeado, Geovani Costacurta afirma que as famílias estão definindo prioridades e deixando de pagar contas que não consideram urgentes. “Neste ano percebemos um crescimento nos pedidos de refinanciamento, principalmente para pessoas físicas.”

O índice do BC demonstra maior endividamento no país, mas indica elevação no índice de pessoas dispostas a quitar os débitos pendentes. No mesmo período em que as operações de crédito para pagamento de dívidas cresceram 30%, os financiamentos para consumo subiram apenas 4%.

“Ao mesmo tempo em que cortam determinados gastos, os clientes procuram quitar débitos pendentes sempre que sobra algum dinheiro”, afirma Costacurta. Segundo o bancário, a principal motivação para encerrar as dívidas é limpar os registros nos sistemas de proteção ao crédito.

Campanha CDL

A inadimplência é alvo de campanha da CDL Lajeado. Lançada em julho, a iniciativa trabalha a conscientização dos empresários para a importância de registrar os devedores no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC).

Conforme a entidade, quanto antes uma empresa inclui o inadimplente no banco de dados do SCPC, mais cedo o consumidor quita o débito. Nos primeiros oito meses de 2015, foram incluídos no SCPC de Lajeado 17.764 clientes, entre pessoa física e jurídica. O aumento é de 10% em relação a 2014.

O prazo médio entre a data do vencimento do débito e a inclusão no SCPC é de 72 dias. Mais da metade dos devedores (53,84%) paga as dívidas em até 30 dias após a inclusão, sendo 35,13% no período da carta de notificação (12 dias).

Descontos e taxas

Entre as vantagens do refinanciamento de dívidas, estão a possibilidade de obter descontos e juros mais baixos em relação às demais operações de crédito.

De acordo com relatório do BC, os contratos de renegociação têm taxa média de 46% ao ano. No crédito pessoal, o índice anual chega a 114%. No cheque especial, alcança 247%.

Segundo o BC, a diferença ocorre devido ao cronograma de prestações definido pelos refinanciamentos. Ao contrário de dívidas do cheque especial ou cartão de crédito, o débito negociado tem uma data certa para acabar e é definido de acordo com a capacidade de pagamento do devedor.

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