Protesto limita policiamento em Estrela

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Protesto limita policiamento em Estrela

Sindicatos sinalizam ampliação da greve. Em Lajeado, BM voltou para as ruas

Vale do Taquari

Vale do Taquari – Mais uma cidade da região teve o policiamento ostensivo prejudicado no terceiro dia de greve dos servidores gaúchos. Manifestantes bloquearam a sede do 40º Batalhão de Polícia Militar, em Estrela, e impediram a saída das viaturas. Em Lajeado, o policiamento voltou ao normal ontem.

Crédito: Anderson LopesDe acordo com o comandante da BM da cidade, major Marcelo de Abreu Fernandes, o bloqueio é realizado por policiais militares de folga, parentes, policiais civis e professores. Conforme o major, houve um acordo com os manifestante para garantir o atendimento de chamadas urgentes ao 190.

Segundo ele, ocorrências menos graves, como acidentes com danos materiais e furtos que já ocorreram, não são realizadas. “Situações como acidentes com feridos e roubos em andamento seriam atendidas normalmente, mas nenhuma foi registrada.”

O comandante ressalta que o setor administrativo do batalhão funciona normalmente e que os policiais não abandonaram o serviço. “Todos os que estão escalados vieram trabalhar e estão de prontidão no quartel.”

Apesar do sentimento de desânimo diante do parcelamento dos salários, o major assegura que não houve problemas disciplinares ou atos de desobediência no batalhão. Para o comandante, o movimento é legítimo, mas é preciso cuidado para não descumprir os regulamentos.

“Muitos não receberam o suficiente para gastos imprescindíveis, como pensão alimentícia e financiamentos, mas estão gerenciando esses problemas e mantendo o profissionalismo”, assegura.

Para o comandante, o principal motivo para o abatimento dos servidores é a diferença de tratamento entre os diferentes setores do funcionalismo. Relata que ao mesmo tempo em servidores do Executivo tiveram salários parcelados, algumas categorias receberam integralmente, como os profissionais que atuam no Legislativo e no Judiciário.

“Dizem que a lei impede o bloqueio de repasses para os outros poderes, mas também proíbe o parcelamento dos salários”, afirma. Para ele, nenhum servidor se oporia às medidas de contenção se elas também atingissem os demais setores.

Ontem à tarde, o secretário estadual de Segurança, Wantuir Francisco Jacini, se encontrou com representantes da BM, Polícia Civil e Susepe para avaliar os reflexos da greve na segurança pública. Conforme ele, todas as manifestações que integram a paralisação estão sendo monitoradas pelos setores de inteligência policial.

Atendimento bancário

O sindicato dos bancários e a Fetrafi-RS entraram com liminar na Justiça pedindo a proibição da abertura dos bancos nos municípios onde ocorre o aquartelamento dos policiais militares.

A liminar foi deferida e o TJ-RS estipulou multa de R$ 100 mil para as agências que descumprirem a medida. De acordo com o presidente do Sindibancários de Lajeado, Edson Leidens, apenas a Caixa Federal de Estrela manteve as portas fechadas ontem.

O sindicalista não sabe como será o procedimento com as agências da cidade que mantiveram os atendimentos. Segundo ele, há uma brecha na liminar nos casos em que o policiamento ostensivo foi mantido.

“O comando garantiu que mandaria viaturas de outros municípios para manter o serviço na cidade”, ressalta. Conforme Leidens, nos demais municípios do Vale, o atendimento bancário seguiu normalmente.

Demais protestos

Na terça-feira à noite, cerca de 35 servidores, entre policiais civis e professores, bloquearam a BR-386, no km 348 em Estrela. A manifestação ocorreu por volta das 19h e o trânsito ficou interrompido no sentido capital-interior por cerca de 15 minutos.

Trabalhadores também se reuniram em frente à sede da 16º Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) ontem de manhã. Por volta das 10h30min, cerca de 50 pessoas entre profissionais da saúde, segurança e educação participaram. Houve discursos e uma panfletagem no cruzamento da rua Saldanha Marinho com a avenida Benjamin Constant.

Em Porto Alegre, representantes sindicais e servidores de diversas categorias promoveram um “Barulhaço” em frente ao Palácio Piratini. Pontualmente às 12h, os manifestantes usaram apitos e cornetas por oito minutos para “acordar” o governador Sartori.

Escolas fechadas até o dia 11

Os professores ligados ao Cpers se reuniram ontem para definir os rumos da paralisação. A categoria decidiu estender a paralisação até a próxima sexta-feira, dia 11. A data é a mesma em que o governo prometeu pagar a segunda parcela dos salários.

De acordo com o coordenador do 8º Núcleo do Cpers, Oséias Souza de Freitas, na próxima semana ocorrem ações conjuntas nos dias de votação dos projetos que aumentam o ICMS e congelam nomeações, concursos e investimentos no Estado pelos próximos três anos (PL 206).

Uma assembleia unificada também deve ser convocada para definir sobre uma possível greve geral por tempo indeterminado.

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